O Castelinho ruiu, em 1971, para abrir caminho aos viadutos do Túnel da Conceição, no Centro Histórico de Porto Alegre. A velha estação testemunhou o auge das ferrovias no Rio Grande do Sul durante as primeiras décadas do século 20. Construída antes da chegada do primeiro automóvel, saiu de operação quando os carros precisavam mais espaço na cidade.
A estação de trem Castelinho foi a segunda de Porto Alegre. Na esquina das ruas da Conceição e Voluntários da Pátria, ganhou o apelido em função da sua torre. Naquele ponto, chegavam e partiam os trens na capital gaúcha. Nas ruas do entorno, ficavam lojas, hotéis e fábricas. O progresso viajava pelos trilhos.
Inaugurada com a ferrovia até São Leopoldo em 1874, a primeira estação ficou logo pequena para o movimento de cargas e passageiros. Ela era igual à estação da cidade do Vale do Sinos, transformada hoje no Museu do Trem. O projeto para substituição foi concluído em 1895 por engenheiros ingleses, contratados pela The Porto Alegre and New Hamburg Brazilian Railway Company Limited, concessionária da linha. O pesquisador Ronaldo Bastos lembra que a construção da segunda estação começou em 1898. Mesmo inconclusa, foi inaugurada em 1901. Num primeiro momento, abrigou escritórios da companhia e outros serviços.
Depois da encampação da linha pelo governo estadual e novo contrato com a Compagnie Auxiliaire des Chemins de Fer au Brésil, a gare foi concluída em 1908, possibilitando a demolição da primeira estação.
Em 1970, a estação Castelinho acabou substituída por outra mais moderna, construída a poucos metros, na Rua Voluntários da Pátria. A prefeitura de Porto Alegre precisava espaço para a obra dos viadutos do Túnel da Conceição.
No jornal Zero Hora de 11 de março de 1971, foi publicada notícia sobre fim da velha estação. Como mostram as fotos, a icônica torre ainda resistia, mas cairia em poucos dias. Com a manchete "Corra, a velha estação morre", o jornal revelava que só algumas paredes continuavam em pé.
Era o fim do Castelinho, símbolo do tempo da estrada de ferro.
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