Prestes a retomar os trabalhos, a CPI da Covid no Senado terá uma mudança importante na sua composição a partir desta segunda-feira (2). Com a ida de Ciro Nogueira (PP) para a Casa Civil, Luis Carlos Heinze (PP) passa a ser integrante titular da comissão e abre um espaço na suplência, que será ocupado pelo filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (Patriota).
Heinze integra a ala governista, que se autointitula G4. Formam o grupo: o próprio Heinze e os senadores Marcos Rogério (DEM), Jorginho Mello (PL) e Eduardo Girão (Podemos). Eles são responsáveis por defender o governo das acusações trazidas sobre o enfrentamento à pandemia de covid-19 e até mesmo suspeitas de irregularidades nas tratativas para a compra da Covaxin.
— O episódio da Covaxin não configura nenhum fato concreto. Não foi pago um real pelo governo. Eu não vou passar a mão na cabeça de ninguém se houver irregularidade, mas não existe fato concreto nesse caso — disse Heinze à coluna.
Conforme a coluna apurou, os senadores do G-4 estarão reunidos na noite desta segunda-feira, em Brasília, para definir uma estratégia de ação na retomada dos trabalhos da CPI no Senado. Flávio Bolsonaro também foi convidado para o convescote.
Este grupo insiste para que Ricardo Barros, líder do governo na Câmara e citado pelos irmãos Miranda durante depoimento sobre irregularidades na compra da Covaxin, seja ouvido. Barros, com larga experiência na Câmara, poderia ajudar o governo Bolsonaro, na avaliação do G-4.
Ao perceber a estratégia, o grupo antagônico (chamado de G7 e liderado por Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros), tem evitado a convocação de Barros.
Heinze ganhou holofotes defendendo o governo Bolsonaro na CPI e sabe que essa postura pode lhe render frutos em 2022, quando disputará o Palácio Piratini. O Rio Grande do Sul é um dos Estados em que Bolsonaro tem mais força eleitoral. Questionado sobre a repercussão para a disputa de 22, Heinze desconversa e pondera que há também prejuízos:
— Eu acabo perdendo muito tempo em agendas que poderia realizar no meu Estado, percorrendo municípios, conversando com a população. Então tem coisas que ajudam, mas também atrapalham — explicou