A discussão sobre o apoio no segundo turno para a prefeitura de Porto Alegre segue quente nos bastidores do PDT. A candidata Juliana Brizola, que alcançou 6,41% dos votos no primeiro turno, deve se reunir nesta terça-feira (17) com Pompeo de Mattos, que está à frente da legenda na Capital. Conforme a coluna apurou, Carlos Lupi (presidente nacional do PDT) e Juliana se falaram por telefone e o dirigente nacional não descartar vir a Porto Alegre para compreender melhor o cenário da disputa entre Sebastião Melo (MDB) e Manuela D'Ávila (PCdoB).
Procurada pela coluna, Juliana se limitou a dizer que não há posição formada e explicou que havia tirado a segunda-feira para ficar próxima aos filhos, depois da maratona da campanha ao Paço Municipal.
Conforme os bastidores, pesa a favor de Melo uma indisposição interna gerada a partir de questionamentos judiciais feitos pela candidatura de Manuela. As ações questionaram, por exemplo, uma postagem de Pompeo de Mattos em redes sociais e um programa de TV da candidata Juliana Brizola, em que ela dizia que Manuela não venceria no segundo turno. Além disso, os dois vereadores eleitos pelo PDT — Mauro Zacher e Marcio Bins Ely — também são próximos a Melo, que já foi vereador e vice-prefeito da Capital.
A favor de Manuela, por sua vez, pesa o atual posicionamento da candidatura de Melo, mais alinhado a Bolsonaro e a ideias liberais, que criticam os servidores públicos. A postura se estabelece principalmente a partir do vice da chapa, Ricardo Gomes, que em vídeo que circula nas redes sociais se posiciona sobre o tema da estabilidade e dos vencimentos de funcionários públicos. A ala mais jovem do partido tem questionado este posicionamento e, inclusive, defendido apoio à Manuela para firmar posição contra o governo Bolsonaro.
A coluna também apurou que Ciro Gomes, que deve ser novamente candidato à presidência em 2022, conversou com Manuela por telefone nesta segunda-feira, um dia após o resultado da eleição. Ciro estaria disposto a apoiá-la. Contudo, a decisão passará pela direção nacional do partido e, portanto, depende de Carlos Lupi. Há atenção em especial às repercussões deste eventual apoio quanto ao fortalecimento (ou não) do nome de Ciro para disputa ao Planalto.
Por conta do impasse, Lupi não descarta, de fato, desembarcar em Porto Alegre para entender o contexto mais de perto. Há quem aposte, também, num terceiro cenário: diante de visões distintas, o partido liberaria seus filiados a se posicionarem individualmente.