A escolha do presidente Jair Bolsonaro por Carlos Bulhões para o comando da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ainda repercute de forma polêmica na comunidade acadêmica. Em entrevista ao programa Timeline, nesta quinta-feira (17), o reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, classificou a nomeação como "um golpe explícito" de Bolsonaro contra a UFRGS.
— Se nas eleições presidenciais que tivemos recentemente fosse nomeado o Ciro Gomes , nós acharíamos que foi justo ou foi golpe? Bolsonaro ficou em primeiro lugar, Haddad em segundo lugar, e Ciro Gomes em terceiro lugar. A população brasileira fez a sua escolha. Escolheu Bolsonaro e todos nós, votando nele ou não, exigimos que ele fosse o presidente da república. Na eleição da UFRGS, ganhou a chapa da situação, do reitor Rui Oppermann. Então, a comunidade da UFRGS tem direito a ser governada pela chapa que ela escolheu — afirmou.
Sobre o processo da lista tríplice, que permite ao mandatário do Executivo escolher o candidato que não venceu o pleito, Hallal diz que a escolha não pode transformar o processo eleitoral em uma eleição falsa.
— Ou faz eleição, ou faz indicação. Se faz eleição, respeita a eleição. Se faz indicação, ok. Aí a pessoa que é responsável faz a indicação que quiser. O que não pode é fazer a comunidade de boba e fazer uma eleição fake — avaliou.