Há meses estamos preocupados, ansiosos e eu arriscaria dizer cansados com tantas notícias difíceis a respeito de um vírus que só no Brasil já matou mais de 70 mil pessoas. Li na manhã desta terça-feira (14) o depoimento de um amigo jornalista, gaúcho e morador de Porto Alegre, que perdeu o pai vítima da covid-19, no Hospital Conceição. Foi impossível não se emocionar.
Escreveu o Matheus, em texto comovente que carregava a tristeza de quem não conseguiu se despedir da forma como gostaria: "Ter que estar totalmente trajado com proteção das cabeças aos pés, entrar num leito e ver alguém tão próximo já sem vida é algo que não quero desejar nunca pra ninguém".
É pelo pai do Matheus e por tantas outras vidas perdidas que a gente volta a fazer um apelo para que todos se cuidem. Que se protejam, a si e aos outros. Que não promovam aglomeração. Que usem máscara. Ainda não é hora de relaxar.
Pouco depois de ler o texto, segui minha rotina de trabalho e recebemos, como convidado, o governador do Estado de São Paulo, João Doria, no programa Timeline, da Rádio Gaúcha. Em entrevista por telefone, Doria devolveu parte da esperança esfarelada em quatro meses de pandemia. Disse o gestor que caso tenha êxito a testagem desenvolvida pelo Instituto Butantan, contaremos com uma vacina contra o coronavírus ainda em 2020, se considerada projeção otimista.
Mas e se a visão não for otimista? O mesmo Doria projetou três cenários.
1. "No otimista, podemos ter a vacina pronta no final de novembro início de dezembro. Pronta e sendo distribuída na rede SUS".
2. "Outro cenário é o o realista. Nesse uma vacina sendo distribuída e aplicada no final de dezembro e início de janeiro".
3. "No cenário pessimista, numa situação com efeitos coletareis e novos testes, em maio teremos a vacina sendo distribuída".
Daí o título desta coluna: a melhor notícia sobre o coronavírus que você poderia receber nesta terça-feira (14). Há um horizonte. E nele é possível vislumbrar proteção contra a covid-19, ainda que consideremos um cenário menos favorável.
Cabe pontuar que, para além desta, há outras vacinas sendo testadas e com grandes chances de produzir resultados, graças ao esforço promovido por pesquisadores do mundo todo. Voltemos, pois, nossos olhos aos laboratórios. Há esperança. E ela vem da ciência, acima de tudo.