O senador gaúcho Lasier Martins, autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permitiria a prisão após condenação em segunda instância, afirmou nesta quarta-feira (11) à Rádio Gaúcha que se arrepende de ter apoiado a candidatura de Davi Alcolumbre, atual presidente do Senado, e que enfrentou Renan Calheiros (MDB) como adversário na disputa pelo comando da Casa. À época, Lasier comemorou a eleição ao lado de Alcolumbre em uma cruzada pela "moralidade" do Poder Público. No entanto, admitiu em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, que se arrependeu, já que segundo ele Alcolumbre recorre a práticas individualistas, sem ouvir os demais integrantes da Mesa Diretora, inclusive atuando pelo arquivamento de de pedidos de impeachment.
- Me arrependo. Foi uma decepção, foi um erro. O problema é que estávamos ali entre o ruim e o pior. Eliminamos o pior e ficamos com o ruim, só que eu não sabia que era tão ruim assim. Ele não precedeu a nenhuma mudança que nós precisávamos. Ele não realizou nenhuma reunião da Mesa do Senado. Eu sou vice-presidente do Senado. Já cansei de pedir, reclamar, fazer encaminhamento de matérias para decidirmos na Mesa, como manda o regimento interno. O regimento interno diz que, por exemplo, quando é recebido o requerimento de impeachment, ele (presidente do Senado) tem que reunir a Mesa para decidir o que fazer. O que ele fez? Usou uma estratégia esperta. Mandou os pedidos um a um para a advocacia do Senado. Os advogados do Senado são nomeados por ele, deram parecer pelo arquivamento. Arquiva sem submeter à Mesa - afirmou.
Lasier atribuiu a atitude de Alcolumbre a um "acordo" que teria sido feito pelo presidente do Senado com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e até mesmo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para auto-proteção.
- Ele tinha dois processos por caixa 2 lá no Amapá. Segundo todos os comentários de bastidores, ele fez um acordo com o Toffoli para arquivamento. O Antagonista fez uma investigação para confirmar isso. Me disseram que em poucos dias terão essa confirmação. Ele tem um acordo com o Toffoli, com o Rodrigo Maia, eles se protegem entre eles. Esses Poderes estão muito mal ocupados - completou.