Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi eleito, em primeiro turno, presidente do Senado neste sábado (2). Em sessão recheada por polêmicas, o parlamentar da Região Norte recebeu 42 votos e desbancou o adversário Renan Calheiros (MDB-AL), que desistiu da disputa.
Alcolumbre é aliado do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Com sua vitória, o DEM ganha envergadura no Congresso, já que o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito para a presidência da Câmara dos Deputados. Ou seja, o comando das duas Casas está nas mãos do partido.
Senador de primeiro mandato, Alcolumbre teve atuação discreta em seus primeiros quatro anos no Senado. Na disputa pelo comando da Casa, revelou poder de articulação, congregando adversários de Renan e aliados do governo federal.
Aos 41 anos, estreou na política no início deste século. Foi vereador em Macapá, três vezes deputado federal e chegou ao Senado em 2015. Nas eleições de outubro passado, concorreu ao governo do Amapá e ficou em terceiro lugar.
Polêmicas sobre votos
A votação para a presidência do Senado foi marcada por debate para definir se a votação seria aberta ou fechada. Na sexta-feira (1º), após cinco horas de sessão, a maioria dos parlamentares decidiu pela primeira alternativa. Mas uma decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, determinou votação secreta.
O processo de escolha foi feito em cédulas e teve de ser realizado duas vezes neste sábado. Isso ocorreu porque na primeira apuração foi encontrada uma cédula a mais na urna, o que levantou suspeita de fraude entre os parlamentares.
Após parlamentares decidirem revelar votos, e o entorno do emedebista perceber que ele perderia a eleição no segunda disputa, o senador subiu à tribuna e anunciou que o adversário Alcolumbre seria o próximo presidente da Casa.
— Queriam abrir o voto para constranger a maioria, então, paciência — disse Renan. — Não vou me submeter — emendou.
Divergências no MDB
Assim que o emedebista retirou sua candidatura à presidência da Casa, sua correligionária, senadora Simone Tebet (MDB-MS), comemorou. Ela foi preterida dentro do partido, que indicou Renan para a disputa ao cargo. Desde o início das articulações para o pleito, Simone se opôs ao senador.
— Não teve macho, mas teve mulher para derrubar esse coronel. Preferia voltar para a minha cidade e ser prefeita a ter esse MDB aqui — disse ao abraçar Regina Perondi, esposa do ex-deputado Darcísio Perondi (MDB-RS).
Diante das divergências com Simone, Renan pediu a expulsão da colega de bancada.