Uma das surpresas reservadas pela votação para a presidência do Senado, realizada neste sábado (2), foi a constatação de 82 cédulas de papel na urna, sendo que há 81 senadores na Casa com direito a voto. Das 82 cédulas, 80 estavam em envelopes, conforme a instrução, duas ficaram avulsas.
Após uma longa discussão sobre se optavam pela anulação dos dois votos fora do padrão ou por uma nova eleição, decidiu-se pela realização de nova votação. A eleição, que deveria ter sido feita na sexta-feira (1°), foi adiada após senadores defenderem que o presidente da sessão preparatória, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não poderia conduzir os trabalhos por ser candidato ao comando do Senado.
Enquanto esteve nesta posição, ele colocou em votação a possibilidade sobre o voto ser aberto. Uma votação sobre o tema foi realizada e aprovada por 50 votos a 2 e uma abstenção – os outros 28 senadores não votaram.
O MDB e o Solidariedade ingressaram no Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de reverter a decisão. O ministro Dias Toffoli, presidente da Corte, acatou o pedido, anulou a votação e pleito voltou a ser com voto fechado. Como protesto, senadores anunciaram suas escolhas antes de depositarem na urna.