A sessão do Senado para a votação do novo presidente foi suspensa, na noite desta sexta-feira (1º). A decisão ocorreu após confusão no plenário. Alguns senadores defendiam que a votação acontecesse hoje, com voto aberto — como foi decidido por 50 parlamentares — e outros pediam que fosse respeitado o regimento interno, que prevê votação fechada.
Davi Alcolumbre (DEM-AP), que presidia a sessão sob protestos de senadores como Renan Calheiros (MDB-AL) e Kátia Abreu (PDT-TO), iniciou votação por amostragem para o fim da sessão e convocação de uma nova para a manhã de sábado. A maioria concordou com esse acordo:
— Está encerrada...convocada para às 11h — disse Alcolumbre, em meio a gritos de protesto.
O comando da sessão por Alcolumbre foi objeto de divergência na casa. Alguns parlamentares diziam que a situação dele não era legítima, pois ele seria um dos candidatos. O senador amapaense, entretanto, bateu o pé e disse que só passaria o comando para José Maranhão — senador mais velho na Casa, com 85 anos — com a garantia da continuidade do voto aberto.
Votação aberta
Após confusão e bate-boca no plenário, os senadores decidiram que a votação para a presidência da casa ocorrerá por meio de voto aberto. A medida passou pelo crivo dos parlamentares com 50 votos favoráveis e 2 contrários. Davi Alcolumbre (DEM), aliado do ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni, preside a sessão e anunciou o resultado.
Alguns senadores na casa questionam a legitimidade de Alcolumbre estar no posto, uma vez que ele é provável candidato à presidência da casa.
— Candidato não pode presidir sessão — criticou o senador Humberto Costa (PT-PE).
Uma das defensoras do voto fechado, Kátia Abreu (PDT-TO) disse que a outra possibilidade contraria o regimento interno da Casa.
Kátia subiu à Mesa da Casa e retirou uma pasta com todas as questões de ordem apresentadas até então.
— O que é isso, você ficou maluco? — questionou a pedetista.
— Entregue a cadeira (de presidente) ao mais velho. Isso vai parar no Supremo, a sessão vai ser cancelada — complementou . A atitude gerou apoios do senador Renan Calheiros (MDB-AL):
— Tira ele daí, Kátia — pediu Renan.
A tendência é de que a escolha pelo voto aberto enfraqueça Renan Calheiros, um dos favoritos para assumir o cargo. Ele carrega o peso de ser um dos símbolos da "velha política".
Até o início da noite, cinco senadores registraram candidatura à presidência: Fernando Collor (Pros-AL), Ângelo Coronel (PSD-BA), Reguffe (sem partido-DF), Alvaro Dias (Podemos-PR), Major Olímpio (PSL-SP). A inscrição poderá ser feita instantes antes do início da votação.