O nível de dificuldade para que Jair Bolsonaro execute sua agenda de reformas no Congresso Nacional será conhecido nesta sexta-feira (1º). A data marca a posse dos parlamentares eleitos em outubro e, em especial, a escolha dos novos presidentes da Câmara e do Senado. Um líder alinhado ao Planalto poderá facilitar a vida do governo em votações importantes. Caso contrário, os obstáculos poderão se acumular frente a pautas polêmicas. Até as 18h30min desta sexta, xx senadores haviam registrado candidatura.
Para vencer em primeiro turno, é preciso contar com o apoio de 50% do total de deputados ou senadores com o acréscimo de mais um voto.
Caso isso não ocorra, será disputado um segundo turno com os dois mais votados, no mesmo dia, para definir os líderes de cada Casa. Na Câmara, para vencer no primeiro turno, é preciso receber 257 votos entre os 513 deputados.
Confira quem são os candidatos no Senado:
Renan Calheiros (MDB-AL)
Tenta assumir o posto pela quarta vez. Ganhou força com a possibilidade de a votação ser secreta. Em votação nesta quinta-feira (31), por sete votos a cinco, virou o candidato do MDB. Senador há 24 anos e com ótimo trânsito em Brasília, Calheiros busca apoio nos bastidores, sem o anúncio de grandes acordos partidários. Crítico ao governo de Michel Temer e apoiador da candidatura de Fernando Haddad (PT) à Presidência, deverá contar com votos do PT e de outras siglas da esquerda. Também espera contar com o apoio de colegas de legendas alinhadas com Bolsonaro.
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Conta com a simpatia de Jair Bolsonaro. No entanto, seu nome deverá enfrentar resistência por ser do mesmo partido de Rodrigo Maia, favorito a presidir a Câmara. Além disso, o DEM emplacou três ministros no governo. Poderá liderar um bloco considerado "anti-Renan".
Espiridião Amin (PP-SC)
O ex-governador catarinense voltará ao Senado depois de 20 anos. Na última legislatura, ocupou uma cadeira na Câmara. Estaria com a articulação em busca de apoio em ritmo lento.
Major Olímpio (PSL-SP)
Líder do PSL em São Paulo, irá para o primeiro mandato no Senado. Apesar de seu partido ter feito a segunda maior bancada na Câmara, elegeu apenas quatro senadores.
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
A candidatura de Jereissati é vista como “sem fôlego” até mesmo por colegas de partido. Antes da posse de Jair Bolsonaro, seu nome chegou a ser citado como alternativa para vencer Calheiros com o apoio, inclusive, de siglas de esquerda. A ideia foi sendo desidratada nas últimas semanas.
Alvaro Dias (Pode-PR)
Começou a articulação à Presidência do Senado ter sido iniciada logo após a derrota na eleição ao Planalto, em outubro do ano passado, a tendência é que Dias apoie o grupo “anti-Renan”.
Simone Tebet (MDB-MS)
A senadora era tratada como uma espécie de alternativa a Renan, já que ele sofre resistência de parte da opinião pública por estar identificado com a "velha política". Derrotada por Renan, ainda não anunciou se vai concorrer com candidatura avulsa.
José Reguffe (Sem partido-DF)
Disse que vai usar sua candidatura para debater o custo do Senado para o contribuinte e que vai propor o fim de benefícios dos senadores.
Angelo Coronel (PSD-BA)
A decisão de concorrer ao cargo surpreendeu os colegas de partido e de Casa.Ele sugere que o Senado crie "ministérios paralelos" para fiscalizar os ministros do governo federal.
Fernando Collor (Pros-AL)
Nos últimos dias, a candidatura do ex-presidente da República era dada como certa, mas ele não havia anunciado oficialmente. Até mesmo integrantes de seu partido não sabiam dizer se ele, de fato, seria ou não candidato. Collor foi o primeiro senador a formalizar candidatura nesta sexta-feira.
Como será a votação
15h – Senadores são empossados.
18h – Hora prevista para início da votação.
-Não está definido se poderá ser realizada a defesa das candidaturas.
-Os parlamentares são chamados a votar de acordo com a ordem de criação dos Estados, assim como ocorre na posse de seus mandatos.
-A votação é eletrônica e secreta. Lasier Martins (PSD-RS) avalia levantar questão de ordem e propor que seja aberta, para forçar uma avaliação do Senado.