O ex-ministro e ex-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, avaliou, nesta sexta-feira (18), em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o cenário político eleitoral atual e também possíveis reflexos para 2022. No Rio Grande do Sul para eventos do partido, Ciro voltou a creditar a vitória de Jair Bolsonaro em 2018 a um sentimento majoritário de rejeição ao PT e afirmou que é equivocada a ideia que o Brasil possa ter um "salvador da pátria", criticando o culto a líderes individuais.
— Salvador da pátria não existe. Essa coisa de culto a personalidade, de 206 milhões de brasileiros dependerem do "fulano" ou da "beltrana" para resolver o problema, isso daí é um grosseiro equívoco que acaba transformando a política em ódios e paixões. Isso não nos permite utilizar a principal ferramenta que é a inteligência — avaliou.
Para Ciro, chamar o ex-presidente Lula de preso político é um "escárnio", já que ele cometeu uma série de erros e foi julgado pela Justiça. Ele comparou a situação do petista ao caso do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica que, segundo ele, foi preso sem nem sequer a presença de um juiz ou promotor de Justiça. Ciro também disparou críticas a uma eventual candidatura à Presidência por parte do apresentador da TV Globo, Luciano Huck.
— Você entregaria o seu filho com uma crise de apendicite para um mágico extraordinário de circo? Eu acho muito especial chegar num circo, ver o mágico fazendo coisas mirabolantes, bato palma para aquilo. Admiro muito o mágico. Mas aí a pegar o meu filho com apendicite e entregar pra ele fazer uma cirurgia, eu considero uma irresponsabilidade — opinou.
Para Ciro, eleger Luciano Huck seria como a "morte derradeira do país".
— Luciano Huck ? Experiência anterior no setor público? Nenhuma. Nós vamos entregar o país no olho da pior crise econômica e social da história porque ele é um grande animador de auditório...? É um cara da direita, conservador, que vê o pobre como objeto de animação, da caridade individual dele. Se isso for a solução que o povo brasileiro quer, meu Deus, a gente tem que aceitar porque a gente é democrata. Mas eu acho que isso seria a morte derradeira do país — afirmou.