O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, voltou a relacionar a crise provocada por incêndios na Amazônia a questões ideológicas, ao dizer que a forte reação da comunidade internacional ocorreu por se tratar do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). A polêmica repercutiu em dezenas de países e gerou até mesmo a suspensão de recursos remetidos ao Brasil para ações ambientais. As imagens de queimadas na floresta foram compartilhadas até mesmo por celebridades como o ator Leonardo DiCaprio e o jogador Cristiano Ronaldo.
Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o ministro Ernesto Araújo reforçou a visão de que as queimadas ocorreram em governos anteriores, porém sem a mesma repercussão.
— O número é maior que no ano passado, menos que muitos anos dos últimos governos e dentro da média dos últimos 20 anos. Em anos do governo do PT, houve incêndios muito mais vastos, e que não houve nenhuma reação da comunidade internacional e o governo brasileiro não faz nada. Então temos uma questão ideológica. Então, não é uma preocupação com o meio-ambiente, é um pretexto para atacar o governo — afirmou.
Para o ministro, há um "aproveitamento" da crise ambiental por parte de outros países que têm interesses ocultos sobre a Amazônia. Para Ernesto Araújo, estes grupos se utilizam do pretexto da "preocupação climática" para justificar ações diversas, desde mais controle estatal sobre a economia até setores que querem prejudicar a pecuária, que nas palavras do ministro está sendo "demonizada" por alguns personagens.
— Existe um aproveitamento disso, distorcendo dados científicos pra criar um clima de emergência e justificar medidas que ninguém iria justificar de outra forma. Eu acho que o caso da Amazônia é muito típico disso. Diz que existe uma crise gigantesca de incêndios e tal, o que não é verdade, isso tá dentro da média dos últimos anos, mas se coloca isso sem os dados, se coloca isso como uma crise gigantesca justificando qualquer medida e questionando a soberania brasileira na Amazônia — completou.
Ao programa Timeline, o ministro também elogiou a indicação do filho do presidente deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.
— Eu continuo convencido de que, se aprovado pelo Senado, o nome de Eduardo Bolsonoro como embaixador, existe uma disposição enorme de todos os setores aqui (nos Estados Unidos) em trabalhar com o Brasil e ele faria um excelente trabalho com o seu dinamismo. Eu tenho certeza que os senadores entendem a importância desta indicação para o Brasil. Entendem que isso traria mais negócios, mais investimentos e sei que isso será visto pelo Senado — afirmou.