Em que pese reconhecer inadequada a sequência de ofensas proferidas pelo deputado federal Alexandre Frota, o colega de partido Bibo Nunes (PSL-RS) criticou a direção do PSL por não ter permitido que houvesse defesa ou explicações da parte do parlamentar antes da decisão por expulsá-lo. Em reunião nesta terça-feira (13), a executiva do partido do presidente Jair Bolsonaro decidiu expulsar Frota por infidelidade partidária, após ataques e críticas dirigidas ao presidente, além da abstenção na votação do segundo turno da Reforma da Previdência na Câmara.
Para Bibo Nunes, o partido deveria ter dado a Frota a chance de apresentar suas explicações. Ele afirmou que o presidente da legenda "Luciano Biver" pensa que é o "dono do partido".
— Foi um julgamento sumário, um processo kafkiano. Acho que ele (Frota) deveria pelo menos ter sido ouvido. O problema é que a executiva, ou melhor, o partido tem dono hoje. O dono é o Bivar — afirmou, acrescentando que vai entrar com processo no Conselho de Ética do PSL contra Bivar por ofensas que foram dirigidas a ele.
A alusão ao escritor Franz Kafka é referente à obra O Processo, onde o personagem central é processado e julgado sem nem sequer saber qual acusação pesava contra ele. Ainda assim, Bibo Nunes afirmou à coluna que as atitudes de Alexandre Frota são passíveis de expulsão:
— O Frota estava pedindo. Ele estava ofendendo demais o presidente Bolsonaro e a sua família. Ele passou do limite. Foi o único que se absteve de votar na reforma da Previdência. Esse foi um erro grave. Eu acho que ele estava pedindo para ser expulso, mas acho que ele deveria ter sido ouvido — completou.
A situação de Frota no partido se complicou nos últimos meses, e o deputado foi retirado da vice-liderança do partido na Câmara e da comissão da reforma tributária.