Dois argumentos centrais amparam a posição de parte dos deputados gaúchos a favor da volta da venda de bebidas alcoólicas nos estádios. O primeiro deles é o que preocupa-se em ampliar a renda de clubes de futebol do interior do Estado. Conforme o deputado Juliano Franczak (PSD), conhecido como Gaúcho da Geral, a liberação poderá aumentar em até 50% a arrecadação das instituições.
O tema volta a ser discutido na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (12), quando deputados apreciarão o veto do governador Eduardo Leite (PSDB) à proposta aprovada no final do ano passado.
De fato, a liberação do comércio de bebidas nos bares dos estádios durante os jogos é uma reivindicação antiga dos clubes do Interior, que veem na medida um reforço no orçamento. Em maio do ano passado, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto, afirmou à GaúchaZH que a venda de bebidas representa um terço do orçamento dos times pequenos.
O outro argumento apontado pela parcela de deputados que defende o retorno da venda de bebidas alcoólicas é a liberdade do cidadão gaúcho, que assim poderia optar pela compra ou não da bebida alcoólica. O deputado Fábio Ostermann, do partido Novo, diz que, para ele, a proibição configura "indevida restrição à liberdade do cidadão" e "ingerência no setor privado".
"Sou favorável à possibilidade de comércio de bebida alcoólica dentro dos estádios. A proibição é paternalista e prejudicou a clubes, torcedores e comerciantes. Apoiarei medidas na Assembleia que visem a mudar isso!", informou o deputado a um seguidor nas redes sociais.
À coluna, Ostermann lembrou que conversou com autoridades gaúchas sobre o tema.
— Conversamos com Ministério Público e Brigada Militar e nenhum dos órgãos dispõem de evidências concretas que corroborem a tese de que a proibição diminuiu a violência. Em caso de dúvidas, devemos sempre optar pela liberdade — explicou.
Aliás, a bancada do partido Novo na Assembleia, composta por Fábio Ostermann e pelo deputado Giuseppe Riesgo, fechou questão favorável ao retorno das bebidas alcóolicas. Em seu perfil em rede social, Riesgo afima que a proibição do comércio de bebidas não diminuiu a violência nos estádios.