A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) se surpreendeu com o tamanho da repercussão de sua fala na comissão que recebeu o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, nesta quarta-feira (27), em Brasília. As manifestações de Fernanda e da deputada Tabata Amaral (PDT-SP), questionando Veléz sobre as recentes polêmicas no MEC e sobre a ausência de propostas para a área, ganharam eco nas redes sociais e foram compartilhadas por milhares de usuários.
À coluna, a deputada gaúcha disse que foram contabilizadas mais de 1 milhão de pessoas alcançadas no vídeo de sua fala, em que ela chegou a pedir a renúncia do ministro. Melchionna acredita que a popularidade da manifestação é reflexo de uma sociedade que está preocupada com o "despreparo" do ministro e com a "paralisia" do MEC.
O seu vídeo e o vídeo do pronunciamento da deputada Tabata Amaral (PDT-SP) repercutiram muito nas redes. Isso lhe surpreendeu? Você imaginava tanto alcance?
Sim, me surpreendeu o alcance. Foram mais de 1 milhão de pessoas alcançadas no vídeo da fala. Acho que este alcance é reflexo do anseio da sociedade e da comunidade educacional diante do despreparo, ausência de projeto na área da educação e verdadeira paralisia do MEC. Aliás as únicas iniciativas foram desastrosas, tais como o slogan de Bolsonaro na escolas e filmagem (que teve que ser revista diante da repercussão negativa).
O que chamou a sua atenção na fala do ministro Ricardo Vélez?
A ausência de planejamento, de dados e respostas concretas sobre o Fundeb, o Fies e a situação das universidades federais, em especial a falta de investimento em pesquisa e extensão. O documento apresentado pelo ministro era uma carta de intenções completamente baseada no "achômetro" e fazendo declarações infelizes. A Educação não pode ser encarada como um "abacaxi", como falou o ministro, mas como uma área estratégica que precisa de investimento e planejamento.
A senhora chegou a pedir a renúncia do ministro e houve rumores de que ele deixaria o governo. Segue sustentando que ele deva deixar a pasta?
Com certeza, é o mínimo que os brasileiros esperam. Com este ministério de despreparados e de lunáticos ideológicos não haverá respostas para os problemas educacionais. Em apenas três meses de governo, três secretários executivos já caíram, aconteceram intervenções desastrosas e sistemáticas. Há um vazio na área da Educação. Tudo indica que Vélez cairá, mas Bolsonaro tem adiado uma demissão que já é óbvia, assim como fez com Bebianno. A cada dia que passa e Vélez fica no cargo, atrasa mais ainda a gestão da educação brasileira.