A Operação Contragolpe, deflagrada nesta terça-feira (19) pela Polícia Federal, é mais uma prova de que o filme Ainda Estou Aqui, candidato brasileiro ao Oscar, não só é importante como necessário.
Por muito pouco o Brasil não ingressou em mais um período sombrio de sua história em janeiro de 2022, com o assassinato do presidente e do vice recém-eleitos e a tomada do poder por meio de um golpe de Estado.
Cinema não é só diversão e entretenimento. É, também, uma forma de nos relembrar de momentos históricos que não devem ser esquecidos. É o caso dos regimes de exceção.
Ao retratar os horrores da ditadura militar, a produção dirigida por Walter Salles "sacode" o espectador, como se dissesse "olhe aqui, veja o que é viver em um país onde onde há um governo arbitrário".
Nada justifica perseguição, tortura e morte. Nada. Seja de que lado for, de esquerda ou de direita. É por isso que, como já escrevi aqui, o boicote ao longa-metragem estrelado por Fernanda Torres é injusto e injustificável.
Os problemas de uma Nação jamais devem ser resolvidos por meio da violência. A democracia, apesar de falha, ainda é o melhor que temos, porque dá à coletividade o poder de decisão dentro da lei e do Estado de Direito. Ainda Estou Aqui é a confirmação disso.