Era só o que faltava. Perfis nas redes sociais que se definem como “patriotas” estão boicotando o filme “Ainda Estou Aqui”. Peço desculpas a quem concorda com esse tipo de ação, mas vou dar o meu pitaco: é injusto e injustificável.
A produção liderada por Walter Salles é o Brasil no Oscar e tem sido elogiada no mundo todo. Depois de anos longe do tapete vermelho, finalmente temos chance de levar uma estatueta outra vez. Como algum brasileiro pode achar isso ruim?
É bom para a imagem do Brasil e é importante para referendar a arte de altíssima qualidade feita em território nacional.
Além de tudo, o filme retrata um período histórico que marcou o país e que não deve ser esquecido, em hipótese alguma - seja o espectador de direita, de centro ou de esquerda ou de que corrente política for.
Os detratores do filme (se você der um Google, vai ver gente inclusive atacando os atores e a produção) se negam a ver a realidade: o longa-metragem mostra os horrores da ditadura, que de fato ocorreram e que vitimaram famílias como a de Rubens Paiva, retratada na película.
Mesmo com a campanha pelo boicote, a obra estrelada por Fernanda Torres arrecadou mais de R$1 milhão de bilheteria na estreia e segue lotando os cinemas Brasil afora.
É um longa necessário e que deveria encher de orgulho brasileiros e brasileiras. Vá ao cinema. Mesmo que você discorde do enfoque, no mínimo, verá um filme bem executado, com imagens bonitas e cenas emocionantes.