Um dos autores brasileiros mais traduzidos no exterior, Moacyr Scliar (1937-2011) tem um clássico de sua autoria recém-publicado na Dinamarca. A editora Jensen & Dalgaard acaba de lançar Max e os Felinos (Max og kattene, no idioma local).
Publicado originalmente em 1981, o romance narra as aventuras do jovem alemão Max Schmidt, que foge da perseguição nazista e acaba dentro de um escaler em alto-mar na companhia de um jaguar.
A edição dinamarquesa traz um posfácio escrito pelo próprio Scliar sobre a polêmica envolvendo a denúncia de plágio contra Yan Martell, autor de A vida de Pi (2001).
Vencedor do Prêmio Booker, o escritor canadense foi acusado de copiar a história de Max e os Felinos em seu livro, que foi adaptado para o cinema.
Apesar das notáveis semelhanças, Scliar nunca processou o colega. Ele ressaltou que a história do menino hindu Piscine Molitor Patel – Pi –, que se salva de um naufrágio com um tigre de Bengala, é diferente da sua. “Mas o leitmotiv é, sim, o mesmo. E aí surge o embaraçoso termo: plágio. Embaraçoso não para mim”, escreveu o autor gaúcho.
Após a polêmica, Martell reconheceu, na introdução de seu livro, que se inspirou na ideia de Scliar.