Acordeonista de mão cheia, Fernando Ávila embarca nesta sexta-feira (16) para mais uma temporada de concertos na Europa. Com o Rio Grande do Sul na bagagem, o músico deixará Santa Maria, onde faz mestrado em Geografia Cultural, para tocar e dar aulas a mais de 10 mil quilômetros de distância. Ele estará entre a Bósnia e Herzegovina e o sul da França pelas próximas três semanas.
As temporadas no Exterior começaram em 2017, com apresentações solo e conferências como professor convidado em diferentes instituições, graças a uma rede de contatos (e de admiradores) ao redor do mundo.
Fernando tornou-se conhecido em terras estrangeiras desde que um polonês chamado Nikodem Sobek executou uma de suas peças (Tango Pour Carla) em uma competição internacional.
Sobek ficou entre os vencedores, e o brasileiro ganhou reconhecimento. De lá para cá, ele ganhou terreno no Brasil e também já passou por países como França, Holanda e Portugal levando sua arte.
— Minhas composições passaram a ser usadas por professores em conservatórios e escolas de música. Estou muito feliz com isso. O acordeon teve seu ápice na década de 1950 no Brasil e no mundo. Depois, saiu de moda e caiu em desuso. Virou coisa de velho. Agora, há alguns anos, talvez por influência de filmes como "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain", de 2001, o instrumento virou cult e passou a interessar um público mais jovem outra vez. É nesse contexto que eu me encaixo — diz o instrumentista.
Natural de São Leopoldo e formado em música popular pela UFRGS, Fernando se prepara agora para a nova temporada internacional, começando por Bihać (Bósnia e Herzegovina).
Lá, ele fará um concerto de acordeon solo com composições próprias e peças brasileiras e latino-americanas em um museu chamado Muzej AVNOJ-a. No dia seguinte, dará uma masterclass para alunos do Departamento de Acordeon da Escola de Artes Nusret Keskin Braco.
Na França, o gaúcho tem compromissos agendados em comunas no sul do país, onde tocará em pequenos vilarejos bucólicos, como Goudargues e Saint-André-de-Roquepertuis. O roteiro inclui um concerto solo na belíssima Igreja de Saint-André, que guarda uma peculiaridade: o santuário vai celebrar nada menos do que mil anos em 2025. Já pensou?