Nunca foi fácil ser mulher, mas às vezes parece que estamos retrocedendo em vez de evoluir — e eu não estou falando só do caso da cantora Iza, que segue reverberando nas redes sociais e fora delas. Agora, nem correndo a gente tem sossego.
Nos últimos dias, praticantes do esporte relataram quatro casos de importunação sexual em 48 horas na Orla e no Parque da Redenção, em Porto Alegre. Elas também reclamam da falta de atenção das autoridades diante da situação.
É como se não fosse nada e, para muita gente, "é assim mesmo", já que, desde sempre, as mulheres se acostumaram a conviver com o assédio. Só que não podemos mais aceitar isso.
Dispostas a mudar o que está errado, as atletas organizaram uma manifestação e lançaram um abaixo-assinado pedindo segurança (veja o vídeo abaixo, de uma das envolvidas).
Criado no último domingo (7), o abaixo-assinado tem, até a tarde desta quinta-feira (11), quando escrevo este texto, 2,9 mil assinaturas.
Quanto ao protesto, está marcado para este sábado (13) e será, é claro, correndo. Ou melhor, trotando (nome que se dá à corrida em ritmo mais lento, quase como um aquecimento). A intenção é fazer um "trote coletivo" a partir das 6h30min, por cerca de três quilômetros, saindo do arco da Redenção em direção à Usina do Gasômetro.
As meninas estão certas. Segurança para praticar esportes em espaços públicos é o mínimo. Que dirá o resto.