Depois de reabrir “no grito” o 360 Poa Gastrobar, restaurante panorâmico da Orla, e o Chalé da Praça XV, em frente ao Mercado Público, o empresário Edemir Simonetti encara mais uma batalha: recuperar um dos pontos mais queridos do centro histórico de Porto Alegre, junto à Praça da Alfândega.
O Bistrô do Margs, que funciona no andar térreo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), foi bastante afetado pela enchente.
Estive lá e vi o estrago de perto. O jardim recém renovado virou um cemitério de plantas — o verde deu lugar ao marrom. O deque apodreceu e chegou a ter tábuas arrancadas pela água. Lá dentro, a maior parte da mobília foi perdida, assim como tudo o que estava na copa e na cozinha. Forno, fogão industrial, geladeiras, tudo se foi.
— Tivemos mais de 95% de perdas. Calculo um prejuízo de, no mínimo, R$ 500 mil. É triste ver desse jeito um lugar tão simbólico para a cidade, que lota na Feira do Livro e que faz parte da vida de Porto Alegre. Gosto muito daqui — lamenta Simonetti, responsável pelo ponto há mais de 20 anos.
Apesar de esbanjar experiência e de que já ter “quebrado muitas vezes na vida e dado a volta por cima”, como costuma dizer, o empreendedor cogitou desistir, mas mudou de ideia. Decidiu enfrentar a crise e, com o apoio da direção do Margs, apostar na retomada.
— Não vai ser fácil. Vamos precisar de financiamento a juro reduzido, carência no aluguel e apoio na recuperação estrutural, mas não podemos nos entregar. Queremos o bistrô aberto de novo — diz Simonetti.
Que assim seja.
Demais empreendimentos
O Chalé da Praça XV voltou a funcionar em 7 de junho, após 35 dias fechado. No dia 8, foi a vez do 360 Poa Gastrobar. Além do Bistrô do Margs, ainda falta o Baruno, na Orla, que também foi muito afetado.