Ao sair às pressas de casa, fugindo da fúria dos rios e do avanço da enchente, muita gente deixou até os óculos para trás. A maioria dos refugiados climáticos acolhidos em abrigos não tem condições de recuperar o que perdeu. Isso inclui a capacidade de enxergar com nitidez.
Para atenuar o problema, a Sociedade de Oftalmologia do Rio Grande do Sul (Sorigs) mobilizou oftalmologistas, professores e pesquisadores de universidades, médicos residentes, estudantes de Medicina e uma série de empresas e instituições em Porto Alegre e no Interior.
Além de atuar em abrigos, muitos profissionais da área decidiram abrir seus consultórios particulares para os atingidos, com consultas e exames gratuitos. Em casos de urgência, alguns profissionais, segundo a Sorigs, estão inclusive usando seus veículos para transportar os pacientes.
De extrema importância em um momento como o que vivemos, o mutirão liderado pela entidade conta com a parceria essencial de muita gente na sociedade.
Entre os apoiadores, estão fabricantes de lentes (como Hoya e Essilor), redes de ópticas gaúchas (como Foernges e Coliseu), uma série de hospitais e clínicas e a Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - que cedeu equipamentos para os exames nos abrigos, assim como outras instituições filantrópicas.
Só no sábado (11), foram 90 atendimentos e 70 óculos doados.
Essa corrente é fundamental porque a perda de óculos ou a interrupção de tratamentos pode agravar ainda mais o sofrimento da população atingida. Obrigada, Sorigs.