Médico, escritor, mecenas e colecionador de arte, Gilberto Schwartsmann, novo presidente da Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Fospa), é um velho conhecido no meio artístico gaúcho. Apaixonado por tudo o que emana da cultura, o oncologista de 67 anos, nascido em Passo Fundo e criado na Capital, foi escolhido pelo governador Eduardo Leite para liderar um dos mais icônicos patrimônios do Rio Grande do Sul. E é o nome certo para a função.
O anúncio, feito por Leite durante um evento na Biblioteca Pública do Estado (BPE), na noite da última quarta-feira (14), pegou Gilberto de surpresa. Os dois estavam sentados juntos, quando o governador perguntou ao médico - que já presidiu a Bienal do Mercosul - se ele de fato havia deixado o comando das associações de amigos do Theatro São Pedro e da BPE.
— Eu confirmei. Depois, o governador fez o seu discurso e, ao final, a queima-roupa, perguntou se eu aceitaria presidir a Ospa. Foi muito emocionante. Não tinha como dizer não. É um sonho que sempre tive. Amo a orquestra desde adolescente. Eu quase me joguei no colo dele para agradecer — brinca o professor de Medicina da UFRGS, que, nos tempos de estudante, animava os colegas tocando piano no intervalo das aulas (detalhe: ele tem sete pianos e toca jazz e MPB sem partitura).
Ao longo dos anos, Gilberto testemunhou de perto os altos e baixos da orquestra, que hoje vive um novo momento. Após anos de desfalque, a Ospa obteve novas contratações nos últimos anos e, finalmente, voltou a se apresentar com o elenco completo outra vez, isso sem falar da direção artística impecável do maestro Evandro Matté, a quem, aliás, o novo presidente se derrama em elogios.
— Evandro é incrível. Ele se preparou muito para a função. É profissional e sabe o que faz — diz o novo chefe.
Assim que assumir o cargo, Gilberto planeja se encontrar com Matté e com os músicos para ouvir suas demandas.
— Como presidente, vou ajudar no que for preciso. Esse é o grande propósito. A orquestra precisa ser valorizada e os músicos precisam ser reconhecidos. Vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance. Vou fazer o melhor possível — promete o mecenas, empolgado como um guri.