O apego do Rio Grande do Sul às raízes já rendeu (e segue rendendo) muitos “memes” - você sabe, aquelas postagens bem-humoradas que viralizam na internet. A temática tem inspirado, também, a criação de perfis virtuais que nos fazem rir de nós mesmos - como O Bairrista, que não perde a piada e se autodeclara o “maior grupo de comunicação do mundo”, bem ao estilo "gaúcho melhor em tudo".
Às vezes, também sou alvo de gracejos nas redes, porque faço questão de dar espaço e visibilidade a iniciativas e histórias inspiradoras protagonizadas por gente da nossa terra. Cresci em uma família que se orgulha de ser daqui. Fazer o quê? É de berço.
Você pode argumentar que o 20 de setembro é uma data dedicada a exaltar uma revolução perdida e elitista. E que o gaúcho de hoje nada tem a ver com o “gaucho” (assim mesmo, sem acento) dos tempos de outrora.
É verdade. Mas também é verdade que a identidade forjada ao longo dos anos tem efeitos reais. Por capricho da história e por características geográficas singulares (que nos deixam tão próximos dos vizinhos platinos), somos diferentes - ou pelo menos nos sentimos assim. Isso molda a forma como nos apresentamos ao mundo e nos faz únicos.
Se esse sentimento não se tornar excludente (xenofobia jamais!), por que não exaltar o nosso Estado? Por que não tirar proveito disso? Feliz do povo que tem autoestima elevada, apesar de tudo.