Há dois tipos de ídolos esportivos: aqueles que se destacam nas competições, quebrando recordes, conquistando taças e levando torcedores ao delírio, e aqueles que vão além do esporte. O tenista Roger Federer, recém-aposentado das quadras, faz parte do segundo grupo - que, infelizmente, anda em falta no mundo.
Federer despediu-se do saibro na última sexta-feira (23), em Londres, e, desde então, segue distribuindo simpatia e humildade nas redes sociais. É o oposto do “atleta-estrela”, inatingível e cheio de si, tão em moda nos dias atuais. É mais do que os 20 Grand Slams que conquistou na carreira vitoriosa. É um exemplo, também, fora dos jogos, pela postura responsável e pelas bandeiras que assumiu ao longo da vida.
Desde o início de sua trajetória profissional, o suíço se notabilizou pelo engajamento em causas sociais. Passou a doar parte do dinheiro ganho nos campeonatos para organizações não-governamentais e, em 2003, decidiu criar a própria fundação.
De lá para cá, tem apoiado programas educacionais em seis países africanos e na sua terra natal, impactando quase 2 milhões de meninos e meninas. Não bastasse isso, em março deste ano, horrorizado com a guerra na Ucrânia, doou US$ 500 mil à ONG War Child Holland, reconhecida por ajudar crianças em situações de conflito.
Lá atrás, em uma antiga entrevista à rede CNN, Federer chegou a dizer que gostaria, algum dia, de ser “mais famoso” pelas ações filantrópicas do que pelo tênis. Que assim seja. E que tenhamos mais ídolos como ele.