Doris tem um rosto arredondado, com grandes olhos brilhantes. Mede 1m60cm, pesa 58 quilos, é capaz de expressar sentimentos e de executar tarefas com um braço mecânico. Seu nome é o acrônimo de “Domestic Robotic Intelligent System”. Ela é um robô “made in RS”.
Projetada e desenvolvida pela equipe de Robótica da Universidade do Rio Grande (Furg), em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a simpática andróide vestirá a camiseta do Brasil, a partir desta segunda-feira (11), na RoboCup 2022 - a Copa do Mundo do segmento, em Bangkok, na Tailândia.
Doris enxerga através de sensores e câmeras, possui um complexo sistema de movimentação, navegação e orientação que a torna capaz de se deslocar pelos ambientes, além de ver e reconhecer objetos em tempo real. Para melhorar a interação com as pessoas, ela foi dotada de um banco de dados com perguntas pessoais como, por exemplo, “qual seu filme favorito?” ou “qual a pessoa mais importante para você”, o que lhe dá uma “personalidade” amigável - tanto quanto o rosto expressivo, com movimentos de olhos e sobrancelhas. A pequena notável é capaz, também, de fazer pesquisas online no Google.
Segundo o estudante de Engenharia de Automação e integrante do Brazilian United Team for Intelligent Automation (ButiaBots), Jardel Dyonisio, o custo do robô é de cerca de R$ 50 mil.
No RoboCup 2022, Doris terá de realizar trabalhos domésticos, compreendendo o comando enviado e pegando objetos específicos com seu braço robótico. Também deverá se locomover pelo ambiente sem colidir em móveis, pessoas, animais ou outros obstáculos.
— Basicamente, são tarefas que deverão ser cumpridas, cada uma delas com um objetivo distinto. A partir disso é que serão gerados os pontos que vão regular a posição de cada equipe — explica o estudante.
O grupo que representará a equipe gaúcha na Tailândia terá, além de Dyonisio, os alunos Pedro Corçaque, João Francisco Lemos, da Engenharia da Automação, e o engenheiro de computação Igor Maurell.
Inovação na veia
O time do RS é o primeiro fora do Estado de São Paulo a se classificar para o torneio mundial na classe @Home, o que anima não apenas alunos e professores, mas todo o setor da indústria tecnológica no RS - em especial em Rio Grande, município que acaba de aprovar sua Lei da Inovação.
— Queremos ser referência na área, e é o coletivo que faz com que as coisas aconteçam — celebra o prefeito Fábio Branco.