Bebel Gilberto já se desculpou, mas o estrago foi feito. Filha de Miúcha e João Gilberto, a cantora fazia um show na Califórnia (EUA), na última semana, quando recebeu uma bandeira brasileira de um fã e sambou em cima do símbolo nacional. A intenção era protestar contra o presidente da República e o seu governo, mas o que Bebel conseguiu foi exatamente o contrário. Deu um tiro no pé.
Protestos com bandeiras não são novidade. Desde a ascensão dos nacionalismos extremistas, em especial do século 20 para cá, atos do tipo são recorrentes - e o objetivo, é claro, é chocar.
No caso do Brasil atual, polarizado e mergulhado em embates políticos, a profanação da bandeira por uma artista conhecida (e não por pessoas anônimas, geralmente em meio a manifestações de massa) ganhou escala e funcionou como pólvora em um incêndio. Vídeos gravados pelo público foram parar nas redes sociais, reverberaram e desencadearam reações indignadas.
Bebel errou e reconheceu isso, classificando o ato como "impensado". É verdade que a flâmula verde-amarela vem sendo apropriada por um dos lados da disputa política nacional, mas ela pertence a todos nós. Qualquer um pode empunhá-la, inclusive quem está insatisfeito com o atual governo. Ao pisotear o símbolo pátrio, a cantora deu munição e argumentos a quem critica.