A incerteza ainda paira na demolição do Edifício Galeria XV de Novembro, conhecido como Esqueletão. A prefeitura e a empresa responsável pela obra ainda não têm a confirmação de que parte do imóvel poderá ser implodido.
Há pouco mais de uma semana, a empresa FBI recebeu autorização do Ministério do Trabalho e Emprego para prosseguir com o desmonte de parte do prédio localizado no Centro Histórico de Porto Alegre. A permissão para a retomada da obra se refere à área dos fundos do imóvel, que tem quatro andares e que fica perto da Avenida Otávio Rocha.
Depois de concluída essa etapa, a empresa precisará apresentar novas informações à Superintendência do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul. Nesta ocasião, precisarão ser repassados detalhes e providenciados ajustes no imóvel que darão segurança aos trabalhadores na demolição do 11º ao 19º andares.
Também é preciso apresentar um plano sobre como será feita a implosão dos dez primeiros andares da parte do meio do imóvel. Sem a aprovação dos integrantes do Ministério do Trabalho e Emprego, a empresa não poderá marcar a data e instalar os explosivos que colocarão no chão toda a estrutura de concreto do prédio que está abandonado há décadas.
Em fevereiro, técnicos da superintendência regional embargaram a obra após uma vistoria no local. A inspeção identificou o risco de queda dos operários pela falta de proteção na periferia da obra, nas aberturas do piso do edifício, nas escadas de acesso coletivo e nos vãos dos poços dos elevadores, entre outros problemas.
A ideia inicial da prefeitura era ver o prédio abaixo até maio. Agora, a demolição só deverá ser finalizada em dezembro.
Retomada
A demolição em si ainda não foi retomada. Depois de seis meses parada, a empresa está remobilizando seus funcionários.
Depois da demolição
Ainda não se sabe o que será feito com o terreno após a demolição do Esqueletão. O prédio tem cerca de 50 proprietários e há dívidas em IPTU. Em setembro de 2021, a Secretaria Municipal da Fazenda (SMF) avaliou o imóvel em cerca R$ 3,4 milhões.
Já o custo da demolição será de R$ 3,79 milhões, que está sendo arcado pela prefeitura de Porto Alegre. Quem irá dizer como a administração municipal será ressarcida e qual será o futuro do terreno será o Judiciário.
Inacabado desde a década de 1950, o Esqueletão já foi interditado administrativamente pela prefeitura em pelo menos duas ocasiões, nos anos de 1988 e 1990. Também já houve interdição judicial em 2019.