O Ministério do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul decidiu embargar a demolição do Edifício Galeria XV de Novembro, localizado no Centro Histórico de Porto Alegre. O processo para desmonte do prédio, conhecido como Esqueletão, começou em janeiro.
Recentemente, uma inspeção foi realizada no imóvel. Os técnicos da superintendência regional identificaram condições inseguras dos trabalhadores.
Na relação de problemas foi percebido que os operários estavam retirando a caliça sem a utilização específica de um elevador. Também foi apontado questionamento sobre a bandeja de proteção instalada nos andares mais baixos.
- A inspeção apontou os defeitos encontrados. Agora, a pressa para retirar a interdição é da empresa - informa o superintendente regional do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul, Claudir Nespolo.
Na sexta-feira (23), a prefeitura foi informada de que a obra seria embargada. Na terça-feira (27), a notificação foi recebida pelo secretário municipal de Obras e Infraestrutura.
Segundo André Flores, houve uma discordância por parte da superintendência do trabalho. Eles informaram que a técnica que a prefeitura sugeria não era a mais adequada. Por causa disso, a prefeitura decidiu mudar o projeto de proteção das bandejas. Já a instalação do elevador, que ocorreria num momento posterior, será antecipada.
- Decidimos acatar todas as medidas, mesmo que discordássemos de algumas - relata o secretário.
A alteração do projeto está sedo feita pela demolidora FBI, responsável pelo contato. O objetivo é retirar a interdição até sexta-feira (1), para poder retomar os trabalhos na semana que vem. Mas Flores informa que o prazo de demolição será impactado com a suspensão momentânea da obra.
- Quem sabe uma semana ou dez dias. Mas o impacto, evidentemente, vai ocorrer - projeta o secretário.
Depois da demolição
Ainda não se sabe o que será feito com o terreno após a demolição do Esqueletão. O prédio tem cerca de 50 proprietários e há dívidas em IPTU. Em setembro de 2021, a Secretaria Municipal da Fazenda (SMF) avaliou o imóvel em cerca R$ 3,4 milhões.
Já o custo da demolição será de R$ 3,79 milhões, que está sendo arcado pela prefeitura de Porto Alegre. Quem irá dizer como a administração municipal será ressarcida e qual será o futuro do terreno será o Judiciário.
Inacabado desde a década de 1950, o Esqueletão já foi interditado administrativamente pela prefeitura em pelo menos duas ocasiões, nos anos de 1988 e 1990. Também já houve interdição judicial em 2019.