A demolição do Edifício Galeria XV de Novembro, prédio localizado no Centro Histórico de Porto Alegre que ficou conhecido como Esqueletão, passa por etapa de preparação para o início da remoção das estruturas em seus 19 andares. Nesta semana, ocorrem a instalação de telas para proteção — chamada de envelopamento no jargão de obras — e a colocação de bandejas coletoras de materiais diante das paredes externas da edificação. O projeto, que deve chegar em sua etapa crucial em maio, com uso de explosivos para destruição dos pavimentos inferiores, tem sua conclusão prevista para a metade do ano, ao custo de R$ 3,79 milhões.
Conforme a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), enquanto os equipamentos de segurança são instalados, pendências burocráticas estão sendo enfrentadas como últimos obstáculos formais entre a proposta e a efetiva demolição do prédio.
— Faltam algumas anotações de responsabilidade técnica, que habilitam a atuação de arquitetos e engenheiros que irão trabalhar nas etapas do projeto. Também está pendente o Laudo de Impacto de Vizinhança, pelo qual buscamos mapear quais imóveis no entorno precisam de medidas para evitarmos repercussões pela obra. Estas pendências estarão resolvidas nos próximos dias e o trabalho poderá avançar — descreve o titular da pasta, André Flores.
O secretário explica que os técnicos envolvidos no projeto têm realizado visitas para vistoriar as estruturas situadas no raio de 400 metros no entorno do Esqueletão. Estes profissionais listaram as edificações existentes e identificaram aquelas com características que exigem atenção específica para eventuais intercorrências decorrentes da demolição.
— Até o final desta semana, eles terão finalizado as visitas e o estudo estará concluído. Haverá uma nova rodada para exposição do projeto à comunidade do entorno, na qual queremos detalhar todas as medidas que serão tomadas, em cada caso, para que todos conheçam as providências de segurança do projeto — aponta o secretário.
Flores afirma que as atividades estão sendo executadas dentro do cronograma previsto e ainda não há impacto negativo sobre os prazos aplicados ao planejamento.
Dúvidas sobre impactos
O secretário de Obras e Infraestrutura de Porto Alegre diz reconhecer que há uma atmosfera de apreensão envolvendo a demolição do Esqueletão. André Flores afirma que, durante as visitas aos prédios vizinhos, os responsáveis técnicos estão autorizados a responder esclarecimentos para tentar eliminar dúvidas e receios da comunidade.
A principal preocupação, indica Flores, é sobre a etapa que terá utilização de explosivos. O projeto, lembra o secretário, compreende uma primeira fase na qual os nove andares superiores serão removidos com a desconstrução das estruturas, por operários com ferramentas e maquinário. A mesma técnica será aplicada nos módulos frontal (fachada da Rua Marechal Floriano Peixoto) e lateral (fachada da Rua Otávio Rocha).
Na etapa posterior, os 10 andares restantes serão implodidos. André Flores assegura que o trabalho será realizado com a máxima segurança e que a Capital receberá aquele espaço urbano livre para novas atividades nos próximos meses.
— Sabemos que é uma solução esperada há 60 anos pela cidade. Toda obra em espaço urbano é desafiadora. Quando se trata de um prédio de 19 andares é ainda mais delicada. Por isso, a prefeitura buscou os melhores profissionais e as melhores tecnologias para que tudo seja feito com a máxima segurança para as pessoas — define.