O processo de demolição e implosão do Edifício Galeria XV de Novembro, conhecido como Esqueletão, no Centro Histórico de Porto Alegre, já pode ser vislumbrado em alguns de seus aspectos. Os detalhes serão definidos quando a empresa vencedora da licitação emergencial for escolhida para realizar o trabalho na prática. Porém, é possível estimar uma espécie de passo a passo da operação (confira no infográfico abaixo).
— Não tenho nenhuma dúvida em relação à segurança e tranquilidade em fazer esse procedimento. É uma técnica muito bem dominada no Brasil — afirma o engenheiro responsável pela avaliação do projeto, Marcus Vinícius Caberlon, sobre os riscos da operação.
No começo do mês, a prefeitura apresentou o modelo escolhido para demolição do imóvel. O edifício, que possui 19 pavimentos e fica situado na Rua Marechal Floriano Peixoto, esquina com a Avenida Otávio Rocha, será demolido, nos andares superiores, de forma convencional, manual e mecânica. Já os 10 primeiros níveis serão implodidos com auxílio de explosivos.
— Descartamos a implosão completa, que tecnicamente seria possível, por questões de segurança. Como o Esqueletão é cercado de outros prédios, o terreno não teria área suficiente para receber todo material da implosão — explica o engenheiro.
Ainda não há detalhamentos maiores sobre o procedimento futuro. Não se definiram questões como o perímetro do entorno que será isolado e a data para a explosão ser realizada, por exemplo.
Provavelmente, no que diz respeito à implosão, o dia escolhido deverá ser um domingo ou feriado. A prefeitura descarta realizar o processo no período de celebrações entre o Natal e o Réveillon.
Desde o começo da demolição manual, o transporte dos materiais será feito pela Rua Marechal Floriano (que terá inversão da mão) em direção à Avenida Júlio de Castilhos. Durante o período da noite, a Marechal deverá ficar destinada exclusivamente ao vaivém de caminhões transportando materiais e escombros da obra.
— A partir da efetivação da contratação da empresa para executar o trabalho, vamos fazer o cronograma com datas específicas — ressalta o engenheiro.
Para o secretário municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer, a derrubada do Esqueletão será um marco para o Centro Histórico.
— Primeiro é desmanchar uma ferida, algo muito feio, que há 70 anos nos constrange e prejudica a paisagem urbana dessa região — avalia.
O secretário estima que "na pior das hipóteses levaremos de 30 a 45 dias para escolher a empresa" responsável pela demolição.
— Como este prédio enseja risco, quanto antes começarmos a demolição, melhor. A opção feita é a mais segura, barata e rápida. Uma vez começada a demolição, nossa previsão é de que demore quatro meses — conclui.
A prefeitura acredita que até março de 2024, a obra de demolição do prédio esteja concluída. O custo estimado da operação é de R$ 3,9 milhões, sendo que os recursos empregados são provenientes do próprio poder público municipal.