Mais um movimento imobiliário está ocorrendo na região da Arena do Grêmio. Depois que a empresa paulista Reag adquiriu parte da dívida da antiga OAS - hoje Metha e Coesa -, pela construção da Arena do Grêmio, dois outros fundos de investimento fazem movimentação semelhante na área do complexo.
O terreno em questão é uma área de 38 hectares, que era de propriedade da Federação dos Círculos Operários do Rio Grande do Sul (Fcors), onde funcionava a Escola Técnica Santo Inácio. No local foram construídos o estádio, os estacionamentos e os condomínios Liberdade I (torres 3, 4, 5, 6 e 7) e Liberdade II.
A OAS ficou devendo R$ 40,5 milhões - em valores atualizados - para a Fcors. Como a dívida não foi quitada, a entidade buscou a 2ª Vara Cível de Porto Alegre para receber o montante que é devido pela construtora. Já as propriedades estão consolidadas com seus proprietários, através de comprovação no Registro de Imóveis desde 2010.
A dívida é corrigida pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) e tem incidência de juros mensais de 1%. O processo tramita aguardando análise do pedido de penhora dos bens da construtora.
Em paralelo a esse movimento no judiciário, o advogado Pablo Berger, que cuida dos interesses da Fcors no processo, foi procurado pelo representante de dois fundos de investimentos. Ele ouviu que investidores têm interesse em assumir este crédito. Assim que a proposta for formalizada, ela será levada aos representantes da Fcors.
- Fui contratado recentemente para representar a Fcors nesta ação de execução contra a Metha. Qualquer proposta será analisada e debatida com a diretoria da Federação. O processo é público e eventual acordo será noticiado na ação judicial - informou Berger.
O nome dos dois fundos não foi revelado, mas a coluna avalia que pode haver relação com a aquisição da dívida assumida pela Reag. Uma hipótese é que investidores possam estar se preparando para fazer uma proposta para adquirir algum bem da construtora.
Em Porto Alegre, as duas empresas que surgiram da OAS têm ativos. A Metha administra a Arena do Grêmio e a Coesa, por meio da OAS26, é dona de parte do terreno do estádio.