Dos três interessados que apresentaram proposta para despoluir o Arroio Dilúvio, dois seguem na disputa. A prefeitura de Porto Alegre atualizou o status da concorrência nesta quarta-feira (24).
O consórcio OUC Avenida Ipiranga, composto por Houer, Ethos, Aval, Viana e Masterplan foi considerada inabilitado. Segundo a Diretoria de Licitações e Contratos da Secretaria Municipal de Administração e Patrimônio (Smap), o grupo não atendeu um dos dispositivos do edital.
Da decisão ainda cabe recurso administrativo. Se não houver reversão, seguirão na disputa o consórcio Regeneração Urbana Dilúvio, composto pelas empresas Profill, Consult e Pezco; e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A próxima etapa da concorrência está agendada para 2 de junho.
Caberá ao vencedor desenvolver os levantamento ambientais, econômicos, urbanísticos e sociais da região. Pelos estudos, a prefeitura prevê pagar até R$ 6,42 milhões. A partir da assinatura do contrato, o grupo terá até dois anos para desenvolver os trabalhos.
Com cerca de 17 quilômetros de extensão, o Dilúvio tem sua nascente no município de Viamão, que deságua no Guaíba. Já a Avenida Ipiranga tem 9,4 quilômetros passando por onze bairros da cidade. É considerada uma importante via de mobilidade urbana, além de possuir ciclovia em toda sua extensão.
Por ano, o trecho do Dilúvio na avenida recebe aproximadamente 50 mil metros cúbicos de terra e lixo, valor equivalente a dez mil caminhões-caçamba cheios. Há também trechos sem saneamento básico e com o esgoto cloacal conectado direto no pluvial.
Após a conclusão dos estudos, a intenção é iniciar as obras num primeiro trecho – partindo da foz do Dilúvio, na orla do Guaíba. Essa primeira intervenção, que incluiria uma despoluição ao menos parcial daquela área, custaria em torno de R$ 60 milhões, valor que o governo se dispõe a bancar. Mas, para fazer a revitalização completa do arroio, a estimativa chega a R$ 1,5 bilhão.
A prefeitura pretende autorizar a construção de prédios mais altos na avenida. A ideia é atrair o interesse de empreendedores por meio dos chamados leilões de índices construtivos.