O anúncio feito pelo governador Eduardo Leite nesta sexta-feira (25) ainda está sendo assimilado pelo setor. O Palácio Piratini irá repassar R$ 490,2 milhões ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), ao longo de 2022, para que a autarquia federal possa realizar obras na BR-116 e BR-290, que são de competência da União.
Para se ter ideia do montante que o governo gaúcho pretende tirar do seu caixa, as rodovias estaduais deverão receber aproximadamente R$ 1,6 bilhão em recursos para obras. Já o orçamento do Dnit neste ano para todas as estradas federais no RS, envolvendo obras e serviços de manutenção, chegará a R$ 505,9 milhões.
Lembrando que o Rio Grande do Sul ainda tem 50 municípios que não contam com acesso asfáltico. Outro dado que ilustra o tamanho desse recurso: a duplicação da RS-118, entre Viamão e Gravataí, é avaliada em R$ 110 milhões.
Se realmente está sobrando dinheiro, como o governador exalta, não seria o caso de baixar as elevadíssimas taxas do Detran gaúcho, por exemplo?
O Rio Grande do Sul ainda sofre as consequências de uma das piores estiagens da sua história. Recentemente, o próprio governo anunciou que não tinha recursos suficientes para socorrer todos os agricultores. Será que R$ 490,2 milhões não seriam úteis, de fato, para não precisarmos depender tanto assim da União?
Que a conclusão das obras na BR-116 e BR-290 são imprescindíveis, todos sabem. Mas é justo que o governador use verba estadual para resolver esses problemas?