O Rio Grande do Sul é pioneiro, no Brasil, sobre o projeto internacional do hyperloop - sistema de transporte ultrarrápido feito em cápsulas flutuantes dentro de tubos à vácuo. Um estudo de viabilidade indica que, com a tecnologia, o deslocamento entre Porto Alegre e Caxias do Sul aconteceria em 19 minutos.
Para instalar e operar o meio de transporte em solo gaúcho, a estimativa de investimento é de U$ 7 bilhões ao longo de 30 anos. A HyperloopTT projeta fazer o primeiro teste com passageiros em 2022. Ainda não há previsão de quando a tecnologia começaria a ser usada pelos gaúchos.
Rodovias estaduais
Distante também é o investimento previsto para melhorar o deslocamento entre Porto Alegre e Caxias do Sul. Hoje, a RS-122 e a RS-240 são as principais rodovias para fazer o deslocamento entre as duas cidades. Nos atuais planos do governo do Estado, as duas estradas receberão apenas conservações até que sejam repassadas para a iniciativa privada.
Um dos trabalhos, por exemplo, é a troca de pavimento em 12 quilômetros da RS-240. O investimento da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) é de R$ 3,5 milhões e será concluído em 15 de novembro. Outros R$ 8 milhões já foram investidos na RS-122, no trecho pedagiado.
Ainda na RS-122, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) informa que, no trecho de sua responsabilidade, há previsão de R$ 2,1 milhões em recuperação do asfalto entre São Vendelino e Farroupilha.
As grandes intervenções ocorrerão após o leilão que está sendo planejado para ocorrer em 2022. E, com elas, a ampliação dos pontos de cobrança de pedágio. Serão seis locais de cobrança, entre a RS-240 e a cidade de Antônio Prado.
Além da construção de novos viadutos, há previsão de trechos que serão duplicados e outros que receberão terceira faixa, inclusive na conhecida Curva da Morte. Mas as melhorias, com muito esforço, não deverão ocorrer antes de 2024. Após as etapas de concorrência, o vencedor do leilão ainda terá um tempo para fazer as intervenções iniciais e mais urgentes para, somente depois disso, começar a realizar as grandes obras.
Rodovias federais
No começo da década passada, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) chegou a cogitar realizar a duplicação da BR-116, entre a Região Metropolitana e Serra. Mas a obra foi descartada por causa do seu alto custo. Recentemente, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, chegou a cogitar federalizar a RS-122 como forma de melhorar o deslocamento de veículos entre as duas cidades.
O Dnit tem um Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), iniciado em 2016, que projeta intervenções na rodovia. Ao menos sete obras são analisadas em Vacaria e Caxias do Sul e também envolvem o futuro traçado da Rodovia do Parque.
Porém, estes projetos são apenas estudos. Para tirá-los do papel, o governo federal precisará realizar licitações para contratar quem irá executar os projetos e as obras. Não há previsão de início destes trabalhos.
O único trecho que tem recebido recursos é o que envolve o Vale do Sinos, dentro do contrato de melhorias operacionais da BR-116, entre Porto Alegre e Novo Hamburgo. A duplicação da ponte do Rio dos Sinos - em andamento -, e a construção de um novo viaduto na região com a RS-240 - que deverá iniciar em 2022 - são o foco do momento.
Sobre a continuação da Rodovia do Parque, entre Sapucaia do Sul e a RS-240, já há um estudo de viabilidade aprovado. Porém, sem recursos, não há como fazer licitação para o desenvolvimento do projeto.
Pelo menos, no cenário atual, não há como prever grandes intervenções nos dois principais deslocamentos entre Porto Alegre e Caxias do Sul. Ou seja, ao menos até 2024, nós veremos mais notícias sobre o hyperloop do que sobre as obras em andamento entre a Região Metropolitana e a Serra.