Duas grandes novidades sobre o hyperloop: dois investidores se interessaram pelo projeto no Rio Grande do Sul e o primeiro teste com passageiros será em 2022. O último dia de viagem da comitiva gaúcha à Europa foi marcado pela visita ao centro de pesquisas da HyperloopTT, em Toulouse, no sul da França. A empresa é uma das oito do mundo que estão desenvolvendo a tecnologia hyperloop, um sistema de transporte ultrarrápido feito em cápsulas flutuantes dentro de tubos à vácuo.
No Rio Grande do Sul, o estudo de viabilidade apresentado pela empresa em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) indica que, com a tecnologia, o deslocamento entre Porto Alegre e Caxias do Sul aconteceria em 19 minutos. Para instalar e operar o meio de transporte em solo gaúcho, a estimativa de investimento é de U$ 7 bilhões ao longo de 30 anos. A empresa, porém, garante que todo dinheiro será da iniciativa privada. Em entrevista coletiva nesta manhã, o diretor da HyperloopTT para América Latina, Ricardo Penzin, afirmou já haver dois investidores interessados no projeto.
A coluna visitou o local com a missão gaúcha. Há um tubo de 320 metros de comprimento, onde são feitos testes de retirada do oxigênio. O vácuo permite e velocidade alta e garante a segurança evitando o atrito das cápsulas com o ambiente. As cápsulas ficam em um local afastado e que foi visitado somente pelo governador Eduardo Leite e alguns poucos convidados, para manter a tecnologia em sigilo. Questionada pela coluna, a direção da HyperloopTT disse que o primeiro teste com passageiros será feito em 2022.
Confira a entrevista:
O que a gente pode falar de custos para os passageiros?
A gente está falando de um ticket médio de R$ 100 por passageiro, de Porto Alegre até Caxias do Sul. A distância inteira em 19 minutos.
Quantas pessoas iriam na cápsula?
Em cada cápsula cabem 50 pessoas.
Como está o projeto de implementação nessa tecnologia?
Pelo mundo, a gente está com três contratos de instalação. A partir de 2023 a gente vai ter o primeiro comercial instalado em Abu Dhabi.
E qual o valor lá?
Os números de Abu Dhabi eu não tenho aqui de cabeça, mas o do Rio Grande do Sul é de US$ 24 milhões por quilômetro, e 15 anos de retorno do investimento. No total, cerca de US$ 7 bilhões em 30 anos. Serão US$ 3 bilhões de capital investido e outros US$ 4 bilhões em operação. Todo investimento privado. O Estado entra com suporte, regulação, licenciamento. O que ele faz naturalmente.
Como está a captação dos investidores?
Ainda estamos na fase do estudo, ainda não começamos a apresentar. Porque ainda falta uma parte do estudo, do licenciamento ambiental, que está em processo. E assim que a gente tiver isso pronto, a gente começa a mostrar para os investidores. Apesar de que, ainda não posso dizer os nomes, a gente já tem dois interessados.
Há outros estudos no Brasil?
Só esse. É o primeiro estudo de viabilidade do Hyperloop na América Latina.
Por que o Rio Grande do Sul?
Alguns motivos. O primeiro é que o governo do Estado foi super aberto, super positivo em relação a novas tecnologias e inovação. Nos abriu as portas de uma maneira que a gente não viu no resto do Brasil. A gente teve a parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que tem um laboratório de transporte reconhecido mundialmente. Para mim, como head do Brasil, ter o Rio Grande do Sul fazia muito sentido, porque sou diretor também da América Latina, e a conexão com a América Latina para mim fazia muito sentido. E, a diferença de altitude, quando eu fui escolher o local, eu queria um local que realmente mostrasse que a Hyperloop pode fazer coisas que o trem não pode fazer. A gente está falando de uma região que está saindo do zero e indo para 850 metros, que é a Serra Gaúcha. É um desafio muito maior, mostrando a viabilidade, inclusive, nessas situações.
A previsão de testes da tecnologia com pessoas?
Para o ano que vem.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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