- É viável. O estudo mostrou que é viável.
Disse o diretor da HyperloopTT para a América Latina, Ricardo Penzin, em entrevista à coluna para antecipar alguns detalhes do estudo de viabilidade de uma rota de transporte de alta velocidade pelo sistema hyperloop entre Porto Alegre e a serra gaúcha. A análise foi finalizada e será divulgada na próxima quinta-feira (2). Mas o principal é que, como o diretor ressaltou, o empreendimento é viável.
- No modelo feito pela UFRGS, conseguimos estabelecer payback (retorno do investimento), geração de energia, de empregos e de impostos - acrescentou.
Após apresentar ao público, o próximo passo será intensificar o contato com investidores de infraestrutura. Além disso, é necessária a regulação do modal de transporte e os licenciamentos ambientais. Ele estima em cinco anos um prazo para dar início à construção.
A ideia é implantar o Hyperloop na rota Porto Alegre - Caxias do Sul, passando ainda pelas cidades de Novo Hamburgo e Gramado. Com a tecnologia, o trajeto básico pode ser feito em 17 minutos com uma velocidade máxima de 835 km/h. Hoje, os 135 quilômetros levam duas horas de carro para serem percorridos.
Assista aqui à entrevista à coluna Acerto de Contas:
Ricardo Penzin destaca que a projeto será totalmente autossuficiente em energia. Além disso, não serão usados subsídios de governo. O entusiasmo é com a tecnologia de transporte de passageiros por cápsulas ultrarrápidas. Em tempo, o executivo enfatiza que não é um trem:
- Não é trem. É hyperloop, transporte por cápsula. Um avião sem asas.
A ideia é que cada cápsula tenha capacidade para 50 pessoas. No Rio Grande do Sul, não haverá partes subterrâneas. Serão quatro túneis sobre a superfície por onde as cápsulas são impulsionadas no vácuo. Ou seja, elas levitam. Um curiosidade: os veículos não terão janelas. Serão colocadas telas com inteligência artificial, que vão projetar o que o usuário quiser, desde a paisagem da rua até lojas virtuais para fazer compras.
O evento na quinta terá participação do secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Luís Lamb, e dos coordenadores do Laboratório de Sistemas de Transportes da UFRGS, Luiz Afonso Senna e Christine Tessele Nodari. O estudo de viabilidade incluiu uma pesquisa sobre a demanda dos gaúchos pelo serviço, além de diversos dados da economia estadual.
Há pelo menos dois anos, a HyperloopTT tem negociações com governos no Brasil para implantação do sistema, conduzidas pelo CEO Dirk Ahlborn. No Rio Grande do Sul, ele faz parte do Techfuturo, programa do governo gaúcho para apoiar a transferência de tecnologias. A multinacional desenvolve a tecnologia desde 2013, quando o bilionário Elon Musk divulgou um documento com o conceito e provocando empresas a entrarem na ideia. O primeiro teste de viabilidade tecnológica, ainda sem tripulantes, aconteceu em 2014 na unidade da empresa em Toulouse, França. Outra empresa, a Virgin Hyperloop, testou com passageiros em novembro de 2020. Estados Unidos e Europa estão estudando já regulamentações para o hyperloop. Os Emirados Árabes devem ter o Hyperloop em 2023, conectando Abu Dhabi a Dubai em uma viagem de 10 minutos.
* Colaboraram Cid Martins e Daniel Giussani
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe:
Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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