Um retorno financeiro para investidores em 14 anos, o chamado payback, é um dos destaques que serão apresentados nesta quinta-feira (2) no estudo de viabilidade de um "trem" ultrarrápido para ligar Porto Alegre a Caxias do Sul em uma viagem de 17 minutos a 835 quilômetros por hora, com possíveis paradas em Gramado e em Novo Hamburgo. É a tecnologia hyperloop, que a HyperloopTT pretende trazer para o Rio Grande do Sul. O custo total para a implementação do hyperloop, junto com gastos de operação e impostos pelos próximos 30 anos, será de US$ 7,71 bilhões. Considerando o investimento de implementação apenas, o retorno seria em cinco anos. O recurso já começou a ser buscado com investidores de infraestrutura, com compensação prevista principalmente da receita com passageiros, empreendimentos, aluguel de lojas nas estações, publicidade e transporte de carga. O projeto não prevê subsídios de governos.
O estudo a ser detalhado foi realizado pela empresa em parceria com UFRGS e governo do Estado. Há, ainda, uma estimativa de que geraria dezenas de milhares de empregos, considerando da construção à operação. Diretor da HyperloopTT na América Latina, Ricardo Penzin deu alguns detalhes em entrevista à coluna na última terça (31). Ele evita usar a palavra "trem" para se referir ao modal, pois seria um transporte de passageiros por cápsulas flutuantes. A perspectiva é implementar o sistema no Estado em cinco anos.
Além da mobilidade, o setor imobiliário também se beneficiaria. Com seis anos de implementação do hyperloop, é estimada valorização de R$ 27,4 bilhões dos terrenos e propriedades no entorno das estações. Após apresentar ao público, o próximo passo será intensificar o contato com investidores. Além disso, é necessária a regulação do modal de transporte e os licenciamentos ambientais.
A ideia é que cada cápsula tenha capacidade para 50 pessoas. No Rio Grande do Sul, não haverá partes subterrâneas. Serão quatro túneis sobre a superfície por onde as cápsulas são impulsionadas no vácuo. Ou seja, elas levitam. Um curiosidade: os veículos não terão janelas. Serão colocadas telas com inteligência artificial, que vão projetar o que o usuário quiser, desde a paisagem da rua até lojas virtuais para fazer compras.
Fundada em 2013, a HyperloopTT tem 800 engenheiros, criativos e tecnólogos divididos em 52 equipes. As sedes ficam em Los Angeles, nos Estados Unidos, e em Toulouse, na França. O evento nesta quinta terá participação do secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Luís Lamb, e dos coordenadores do Laboratório de Sistemas de Transportes da UFRGS, Luiz Afonso Senna e Christine Tessele Nodari. O estudo de viabilidade incluiu uma pesquisa sobre a demanda dos gaúchos pelo serviço, além de diversos dados da economia estadual.
Relembre a entrevista à coluna Acerto de Contas:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe:
Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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