O governo gaúcho ainda nem lançou as licitações que pretendem repassar para a iniciativa privada o controle de rodovias estaduais. Porém, as manifestações contrárias já iniciaram.
Da relação de 20 estradas que serão mantidas pela iniciativa privada mediante pagamento de pedágio, uma delas é a RS-118. A rodovia demorou 14 anos para ser duplicada. A inauguração ocorreu em dezembro do ano passado.
Na semana passada, empresários Gravataí, Esteio, Sapucaia do Sul, Nova Santa Rita, Cachoeirinha, São Leopoldo e Alvorada, criaram o Movimento RS-118 Sem Pedágio. De acordo com o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Sapucaia do Sul (Acis), Rudinei Leite, a cobrança de tarifa na rodovia irá afugentar interessados em se estabelecer na região.
- A Região Metropolitana, que é cortada pela RS-118, está se tornando um polo de logística. Tem muito potencial para isso. No momento da instalação de pedágio tu começa a cercear essa oportunidade que a gente tem de explorar a rodovia - destaca o presidente da Acis.
Dessa forma, o movimento não quer a inclusão da rodovia no pacote de concessões. O grupo, porém, diz concordar com a instalação de pedágio na futura RS-010, que seria construída com investimento privado.
O Palácio Piratini está realizando um estudo de viabilidade que poderá tirar a proposta do papel.
Sobre a RS-118, a intenção do governo é que o vencedor do leilão se responsabilize pela manutenção da estrada. Também deverá realizar a duplicação entre Gravataí e Viamão até o quinto ano do contrato.
O secretário extraordinário de parcerias do governo gaúcho lembra que a colocação de pedágio na RS-118 é uma proposta, que pode não ser seguida se houver rejeição. Porém, Leonardo Busatto destaca que a retirada da relação do repasse para a iniciativa privada pode levar a rodovia a ficar mais 30 anos sem investimento.
- A proposta é que tenha pedágio na 118. A alternativa é tirar a 118 das concessões e não ter investimentos pelos próximos 30 anos. Demorou quase 30 anos pra duplicar. Em pouco tempo, voltará a ficar cheia de buracos e mal sinalizada, se não estiver na concessão. Mas é uma escolha - avalia Busatto.
Uma análise preliminar já identificou dois locais que poderiam receber uma praça de pedágio. Estes pontos ainda não foram divulgados pelo governo.
A avaliação inicial é que poderia ser cobrado uma tarifa menor do que foi proposto na concessão da RS-287. O valor máximo foi calculado em R$ 7,37.