Em uma obra do tamanho da duplicação da RS-118, tudo precisa estar funcionando igual a um relógio. De nada adianta haver dinheiro, empresas contratadas e terreno liberado, se o produto principal não está disponível.
E, em mais de uma ocasião, as construtoras não tiveram acesso ao asfalto vendido pela Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas. Essas interrupções de fornecimento ocorreram por alguma dificuldade em conseguir atracar os navios petroleiros. A principal delas, o mau tempo, que alterou as condições do mar.
A falta de material asfáltico foi identificado pela coluna tanto em 2012 como em 2020, o que demonstra que o problema é antigo e ainda sem solução. Uma das opções encontradas pelas empresas tem sido trazer o produto do porto de Paranaguá, no Paraná. Mas essa compra custa mais caro e por isso nem sempre as construtoras conseguem optar por essa solução, pois precisam arcar com a diferença nos valores.
Um outro fator foi o reajuste que o produto sofreu nos últimos anos. Como as tabelas de preços dos governos não são automaticamente atualizadas, muitas vezes a falta de produto também se deve por causa dessa diferença de valores.
A obra da RS-118 completou em julho 14 anos. A promessa do governo é que ela seja inaugurada em até 24 dias.
Os capítulos:
01) A falta de dinheiro;
02) Obras isoladas;
03) Obras incompletas;
04) Reassentamentos;
05) A crise do CNPJ;
06) A crise do asfalto;
07) Faz e refaz;
08) A perda de dinheiro;
09) As novas invasões;
10) A pouca sinalização;
11) O grande lixão;
12) O cemitério;
13) O erro que afetou a polícia;
14) A obra que nasce defasada.