A cada ano que passa, as obras da Copa de 2014, como regra, vão ficando mais caras. Preço do asfalto e dos demais produtos necessários para a execução dos trabalhos, além do valor da mão de obra, são alguns dos motivos para deixar uma construção com custo mais elevado.
Porém, há exceções. E a duplicação da Avenida Tronco é uma delas. Em uma publicação da prefeitura sobre a atualização de aditivos, dois dos quatro lotes da obra ficaram R$ 190 mil mais baratos.
Agora, em vez de custar R$ 74,7 milhões, a duplicação neste trecho custará R$ 74,51 milhões. Os valores da obra não ficaram mais baratos. A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade (Smim) explica, então, o que ocorreu.
Serviços previstos não serão mais realizados. Dentre eles estão sinalização e desvio da obra durante o dia e a noite, instalação de parte da tubulação de água do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), além de uma passagem de madeira para pedestres e veículos.
E não é a primeira vez que isso acontece. Quando essa licitação foi realizada, em 2011, o valor previsto de investimento era de R$ 76,40 milhões, ou seja, R$ 1,88 mais cara do que nos dias atuais.
"Ao longo da execução da obra, são feitas constantes reanalises e readequações do projeto que acabam interferindo no valor final da obra que sofre mudanças para mais ou para menos. São mudanças, como as mais recentes realizadas na Tronco, de sinalizações de obra que não foram necessárias e até tubos de rede e o serviço de instalação deles que não foram preciso. Vale destacar que, mesmo que atualmente a Tronco esteja com um valor menor do que o contratado inicialmente, não houve nenhuma mudança de escopo da obra, ou seja, não houve modificações estruturais, apenas serviços e materiais que ao longo dos trabalhos não foram executados", explica nota da Smim.
Já nos lotes 1 e 2, o custo aumentou. Era de R$ 47,75 milhões em 2011 e atualmente está em R$ 49,50 milhões. O reajuste foi de R$ 1,74 milhão. Então, se pegarmos o valor da obra nos lotes 1 e 2 e somarmos com dos trechos 3 e 4, a duplicação, atualmente, está custando R$ 143,8 mil mais barata do que há oito anos.
Os trabalhos na região começaram em março de 2012 e pararam em outubro de 2016 por falta de recursos. Era uma das obras projetadas para a Copa de 2014 no Brasil. Os serviços foram retomados em junho de 2018 e suspensos em julho de 2019, por atrasos no pagamento por parte da prefeitura. Até agora, dos 6,5 quilômetros da duplicação, 1,7 quilômetro já está pronto.
Em fevereiro de 2020, a Smim solicitou para que a construtora Pelotense voltasse para a obra, pedido que foi atendido. O medo da prefeitura era que a Caixa Econômica Federal anunciasse o cancelamento do contrato por falta de execução de trabalho depois de dez meses parado.
A obra prevê o alargamento e urbanização de uma série de vias como Divisa, Cruzeiro do Sul, Moab Caldas, Silva Paes, Teresópolis e Gastão Mazeron desde as proximidades do Jockey Club até uma rótula em que a obra se bifurca: um ramo segue em direção ao Estádio Olímpico, e outro encontra a Terceira Perimetral.