Nas últimas semanas, as empresas responsáveis pelas duas obras da duplicação da BR-290 foram concluídas. Mesmo com a presença do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, essa finalização não foi comemorada ou inaugurada.
Primeiro, porque ela é a personificação de como não se deve executar uma obra. Hoje, o custo dela é de R$ 720,66 milhões, segundo o Dnit - um aumento de 23,49% no período. Desse total, apenas R$ 98,74 milhões foram pagos às empresas. Esse montante representa menos de 15% do total atualizado.
E, segundo, porque, mesmo pronta, elas ainda não podem ser usados. Os viadutos de Charqueadas e Pantano Grande foram concluídos, mas não seus acessos. Não há recurso no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para finalizar essa parte da construção.
A solução pode vir do Congresso Nacional. Um projeto de lei está tramitando. Se aprovado, ele garantirá o repasse de mais dinheiro para a autarquia. Na relação de obras que receberão aporte está a da duplicação da BR-290. A expectativa é que a verba seja liberada em novembro. Dessa forma, seria possível concluir os acessos no começo do ano que vem.
O governo federal, inclusive, já informou que a duplicação não receberá novos recursos públicos. Os trabalhos em andamento serão concluídos e o restante será finalizado por quem assumir a concessão da rodovia, quando o leilão for realizado. Aliás, os estudos já começaram e devem ser concluídos no ano que vem.
A duplicação de 115,7 quilômetros, entre Pantano Grande e Eldorado do Sul, foi iniciada em outubro de 2014 ao custo de R$ 583,55 milhões. Havia previsão de que a obra fosse concluída até outubro de 2017.
Em setembro, o governo federal cortou mais R$ 8 milhões da duplicação. O recurso havia sido destinado em julho como suplementação de recursos. Em agosto, a obra já havia perdido R$ 9,83 milhões.