Executada, literamente, entre quatro paredes, a restauração da Usina do Gasômetro está trazendo duas preocupações. Uma delas não será mais revertida. A outra, dependerá da agilidade da prefeitura de Porto Alegre evitá-la.
A demora na conclusão do projeto estrutural da restauração, coordenado pelo consórcio Rac / Arquibrasil, é que vai motivar o adiamento da conclusão e, pode, inclusive fazer com que a obra seja suspensa no mês que vem.
O consórcio deveria ter entregue a documentação em fevereiro, mas a apresentou somente em maio, de forma incompleta. A empresa precisou fazer correções no orçamento. Agora o aditivo está sendo analisado pela Secretaria Municipal da Cultura. Se a aprovação não ocorrer nos próximos dias, a obra deve parar em 15 dias, pois a continuidade dos serviços depende da publicação deste aditivo, que mudará o orçamento da obra.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim) informa que, até o momento, não há pedido de prorrogação de prazo da obra. Sendo assim, a pasta não trabalha com nova data para finalização dos trabalhos, que está prevista para março de 2021.
A revitalização começou em janeiro de 2020. Depois de nove meses de trabalho, apenas 22,6% dos serviços foram executados.
Um dos problemas da restauração foi resolvido. Não será por falta de dinheiro que a obra atrasará. A prefeitura de Porto Alegre conseguiu negociar com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e prorrogar o término do financiamento que está disponível. Pelo prazo anterior, os R$ 10 milhões estariam disponíveis até agosto. Agora, o contrato terá validade até 2022. Desta forma, a previsão é que a obra seja concluída antes do final do novo prazo.
Nova usina
Com a reforma, o cinema mudará de lugar: deixará o terceiro andar e irá para o térreo, abaixo do teatro. A alteração foi realizada por orientação das equipes de segurança, pois facilita a evacuação em emergências. A porta principal também será alterada. O acesso será pela parte lateral do prédio, frente para a orla.
No segundo pavimento será inaugurado o Teatro Elis Regina, no formato de arena — assentos em volta do palco poderão abrigar até 300 pessoas. Um restaurante deve ocupar parte do terraço. Haverá, ainda, duas novas escadas, uma voltada para os trilhos do aeromóvel e outra que dará acesso ao terraço, reforçando a ideia de independência dessa área.