A direção do Grêmio assiste atentamente aos desdobramentos que podem retomar as obras no entorno da Arena. O presidente Romildo Bolzan comemorou nesta sexta-feira (8) a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), que decidiu revogar a ação que impedia a assinatura de um acordo entre o prefeitura de Porto Alegre e a empresa Karagounis Participações.
Em novembro de 2018, o Grêmio entrou nas negociações. O advogado e conselheiro do Grêmio, Gladimir Chiele, foi o responsável pelo clube nas articulações dentro do TCE.
- Todos os entraves técnicos, jurídicos e documentais foram superados e as demandas geradas pela instrução do Tribunal foram atendidas, não restando mais qualquer dúvida sobre os projetos e procedimentos a serem adotados para concluir a negociação com Ministério Público Estadual. Agora falta apenas fechar o acordo com o MP para que não somente o entorno seja resolvido mas a própria compra da gestão da Arena possa ser encaminhada - disse Chiele.
Porém, para que esse trabalho de fato comece, ainda é necessário aguardar a conclusão de ação judicial que tramita na 4ª Vara da Fazenda Pública. É lá que está sendo costurado um acordo entre a prefeitura e a empresa. O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) se manifestou contrário.
- O Ministério Público terá que clarear sua posição sobre isso. Como o Ministério Público vai atuar? O posicionamento do MP será fundamental, uma figura importante sobre o tema. Nós não daremos um passo enquanto o MP não disser Ok, seja positivo ou negativo - disse Romildo.
O presidente informou que o clube já está negociando com os bancos envolvidos como se dará a estruturação da operação da compra da gestão da Arena. Romildo destaca que o Grêmio não poderá ser responsabilizado pelas obrigações assumidas pela OAS ou Karagounis e, somente após a decisão final sobre o tema, o clube irá tratar da troca de chaves do Olímpico e Arena.
Somente depois de se comprometer a fazer as obras do entorno da Arena a Karagounis poderá receber as cartas de habitação para as torres residenciais já construídas. Entre as obras que serão feitas estão a duplicação da avenida A. J. Renner, melhorias na rede de água e esgoto para atender futuros empreendimentos na região, reforma das paradas de ônibus locais e a construção de ciclovia.
Obras antes previstas foram excluídas do acordo. São elas: construção de um terminal de ônibus, prolongamento das avenidas Voluntários da Pátria e Gilberto Lehnen, a construção de laços de quadra da avenida A. J. Renner e rua Dona Teodora, a reformulação do trecho já duplicado da A. J. Renner e a reformulação dos acessos entre as avenidas Farrapos e A. J. Renner.
A retirada dessas melhorias do acordo ocorreu porque houve revisão dos investimentos que a região receberia. Na concepção original do chamado Complexo Arena havia a construção de salas comerciais, um hotel e um shopping center não serão mais construídos.