Uma comitiva de empresários de Santa Maria desembarcou em Brasília, nesta semana, para pressionar que a cidade, uma das maiores do Rio Grande do Sul, seja escolhida para sediar a nova Escola de Sargentos (ESA) do Exército. Eles foram recebidos pelo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, e a intermediação foi do deputado federal bolsonarista Bibo Nunes (PSL-RS).
Participaram da reunião o presidente do Sindilojas, Ademir José da Costa, e o presidente Câmara de Comércio e Indústria de Santa Maria (Cacism), Luiz Fernando Pacheco. Polido, o ministro não disse nem que sim, nem que não. Estão no páreo, além de Santa Maria, os municípios de Ponta Grossa (PR) e Recife (PE).
O investimento previsto é um dos maiores no cronograma das Forças Armadas, cerca de R$ 1,2 bilhão. A estimativa é de que a academia movimente ainda R$ 300 milhões anuais, já que os sargentos representam 62% do contingente de militares profissionais do Exército – e, junto com os que serão treinados, serão criadas também estruturas para receber suas famílias.
Qual município não gostaria de uma perspectiva assim?
O próprio comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, inspecionou as unidades militares das três cidades cotadas para receber a ESA. De longe, a vantagem — do ponto de vista técnico — é de Santa Maria, que concentra o segundo maior contingente de militares do país e um dos maiores números de quartéis. Acontece que a decisão tem também componentes político-estratégicos.
O nome da cidade favorita surgirá em reunião do Alto Comando do Exército, em Brasília, entre 18 e 22 de outubro. Era para ter saído decisão em agosto, mas foi adiada. Serão 16 generais a opinar. Depois passarão a palavra ao comandante Paulo Sérgio, que pode esperar algum tempo ou então decidir de uma vez.
A pressão está forte. Bibo Nunes, diante do ministro da Defesa, não usou meias palavras: "Santa Maria é um ícone do Exército brasileiro e deve receber a ESA, para felicidade de todos os gaúchos". Resta saber se ele será ouvido.