O Ministério da Defesa anunciou os nomes dos três novos comandantes das Forças Armadas. Os escolhidos são o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Exército), almirante Almir Garnier Santos (Marinha) e brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior (Aeronáutica).
O curioso na escolha é que o general Paulo Sérgio é o mesmo que deu uma entrevista polêmica no Correio Braziliense no último fim de semana e que teria desagradado bolsonaristas, ao prever que uma terceira onda de covid-19 vai atingir o Brasil e recomendar quarentena nos locais mais afetados. Como se sabe, o presidente Jair Bolsonaro é contrário a lockdown e assemelhados.
Apesar dessa controvérsia, Paulo Sérgio é um dos mais conceituados militares do país. Ele chefia hoje o Departamento-Geral de Pessoal do Exército, responsável, entre outras, por estratégicas de evitar a disseminação da doença na caserna. Ele também teve atuação na área de Saúde das Forças Armadas.
Uma das razões da escolha dele é que outros cotados estão indo para a reserva ou iriam ainda este ano.
O brigadeiro Baptista Junior é filho de um ex-comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista, que chefiou a Força Aérea Brasileira durante o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). É piloto de caça e no seu perfil nas redes sociais constam elogios a diversos ministros de Bolsonaro.
O almirante Garnier atua no Ministério da Defesa, é especialista em logística e foi assessor dos ministros da Defesa Celso Amorim, Jaques Wagner, Aldo Rebelo e Raul Jungmann, tendo continuado na pasta no governo Bolsonaro, como secretário-geral do ministério (o número 2). Nesse caso, deu a lógica, porque era o adjunto do ex-ministro Azevedo e Silva na Defesa (o que foi demitido segunda-feira por Bolsonaro). Parece uma tentativa de apaziguar ânimos nas Forças Armadas e manter a ordem natural de ascensão ao poder.