Uvas frescas de mesa, gergelim e sorgo são os itens que compõem o cardápio de novos protocolos firmados nesta quarta-feira (20) para a exportação na área agrícola entre Brasil e China. Outros pedidos do setor deverão ser colocados à mesa no jantar oferecido no Itamaraty pelo presidente Lula ao presidente chinês Xi Jingping.
Maiores parceiros comerciais brasileiros desde 2009, os chineses tem no gigantismo territorial e populacional de seu país, uma porta aberta ainda para muitas oportunidades. No caso do Rio Grande do Sul, dois pontos estão no radar de atenção. A retomada dos embarques de frango, que tiveram a autossuspensão após a confirmação de caso da doença de NewCastle, é uma delas.
Outra expectativa é com relação à possibilidade de o Estado vender miúdos e carne suína com osso, o que seria a ampliação de canal já existente. A China foi, durante anos, o principal destino dessa proteína, posição perdida neste ano para as Filipinas. Mas os embarques tinham restrição a esses dois produtos, em razão do status do Rio Grande do Sul em relação à febre aftosa, que, em 2021, evoluiu para livre da doença sem vacinação. Desde então, há a expectativa de expandir o leque de exportações, até em razão de o canal de vendas já existir.
No jantar desta quarta, estarão presentes, além de representantes políticos e diplomáticos, dirigentes de entidades e empresas do agronegócio.
Entre uma garfada e outra, sempre sobra espaço para fazer networking. Os negócios, propriamente ditos, devem ficar para depois, mas a oportunidade de falar estará aberta.
Entre os representantes do setor que estarão presentes, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, e o presidente da Associação das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, dois gaúchos.
Pela manhã, logo após a assinatura de quase 40 protocolos, Lula disse, sobre a parceria comercial de 50 anos dos dois países:
— O Brasil é, desde 2017, o maior fornecedor de alimentos para a China.
O presidente brasileiro citou ainda a aquisição da empresa BRF de uma unidade de processados na província de Henan, com previsão de R$ 460 milhões de investimentos.