Ciente da urgência da realização da dragagem nas hidrovias em que o assoreamento compromete o fluxo de navios, o Estado sinaliza com medidas para dar celeridade ao processo. No canal de Itapuã, onde houve o mais recente caso de encalhe, serão empregados R$ 10 milhões para a obra, com contratação emergencial.
Os recursos virão da Porto RS nesse caso, também com o objetivo de dar ritmo ao início dos trabalhos. A meta é de que isso ocorra ainda neste mês, de acordo com o secretário de Logística e Transporte, Juvir Costella, após reunião, na quarta-feira (13), com integrantes do Hidrovias RS.
A pressa em resolver esses que são gargalos para todas as atividades econômicas fica ainda mais evidente no caso do agronegócio, em razão da janela de cultivos de verão no Rio Grande do Sul. Fábio Avancini Rodrigues, coordenador da Comissão de Infraestrutura e Logística da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e diretor da Hidrovias RS, observa:
— A dragagem é prioridade “-1”, nos preocupa exatamente como estaremos no auge da safra.
As embarcações são utilizadas tanto na chegada de insumos — o navio Eva Shangai, último a encalhar, carregava 12 mil toneladas de fertilizantes —quanto no escoamento da produção.
Com a colheita no horizonte
Um eventual gargalo no tráfego hidroviário em período de entrada da safra é um problema a ser evitado. Sobretudo após o histórico recente, com impactos econômicos decorrentes de uma sequência de estiagens e da catástrofe climática deste ano.
— Para o navio chegar (nas hidrovias do RS), quer ter segurança. O Estado não tem mais condições de perder, precisamos ser competitivos. É por isso que precisa agilizar contratações e editais — disse à coluna o secretário Costella.
Rodrigues entende que há tempo hábil para a conclusão das dragagens até a colheita da safra em andamento. E reforça:
— O mais importante é que a emergência não fique só na emergência. A dragagem tem de ser uma operação como nas estradas, em que se faz constantemente acompanhamento e manutenção.