A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Foi a experiência das "mãos sujas" de terra e a necessidade de serem ouvidos que mobilizaram os agricultores Elaine Cavalli e Cristian Wagner a entrarem na política. Os dois fazem parte dos 18,4% dos 4.877 vereadores eleitos neste ano no Estado, que, a partir de 2025, irão conciliar a atividade no campo com uma cadeira na Câmara Municipal. Mas, afinal, o que motivou cada um deles?
No município de Vera Cruz, no Vale do Rio Pardo, Cristian Wagner, 36 anos, decidiu se candidatar a vereador para levar pautas da agricultura familiar para dentro da política:
— A gente precisa discutir, por exemplo, os impactos climáticos na agricultura familiar.
Problema que Wagner, que também é presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vera Cruz, vive de perto. Agricultor familiar com 12 hectares, ele cultiva tabaco, tem horta e cria gado:
— E vejo que os problemas que vêm com a seca e a chuva respingam na renda, nas famílias e no meio urbano também.
Em Alecrim, no noroeste do Estado, Elaine Cavalli, 55 anos, decidiu tentar a candidatura no seu município por motivo semelhante:
— Me preocupava não haver agricultores na Câmara de Vereadores de Alecrim.
Elaine, que também já foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município e planta milho, soja e trigo, agora planeja levar pautas do campo à plenária:
— Vou buscar emendas parlamentares e projetos que tragam benefícios para agricultura, como o incentivo de sementes, o retorno das patrulhas agrícolas. Coisas que, nos últimos anos, como agricultora, sentia falta.