A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
O avanço da transição energética para fontes de geração de energia limpa pode abrir também um caminho para a preservação do meio ambiente. Foi o que percebeu a EDP, empresa brasileira do setor elétrico que, neste ano, decidiu começar a criar abelhas nativas em uma de suas usinas solares, no interior de São Paulo, em Roseira. O nome do projeto? Bem intuitivo. É o BeeVolt.
Iniciativas como essa, conhecidas como "agrivoltaicas", já são comuns em países como os Estados Unidos. No Brasil, no entanto, ainda são incipientes, diz Domonic Schmau, diretor de ESG da América do Sul da empresa. E, no caso da EDP, surgiu como uma forma de impacto social.
— A gente sempre pensa em tecnologias que podem empregar pessoas. E como em Roseira já existe um projeto social, que abastece com desconto de 30% 200 famílias (da Favela dos Sonhos, em Ferraz de Vasconcelos, São Paulo), pensamos no meliponário como mais uma alternativa — explica Schmau.
Ao lado das 180 placas solares da usina, a empresa instalou, então, 20 colmeias. O objetivo é chegar a 100 nos próximos meses, a partir da multiplicação dos insetos.
— Depois, a ideia é distribuir na comunidade para que o mel e os insetos possam servir de geração de renda, preservação da biodiversidade e segurança alimentar — continua o diretor de ESG.
Vitor Costa, fundador da Bee2Be, startup parceira da iniciativa, completa:
— As abelhas são essenciais para a restauração ambiental. Em tempos de mudanças climáticas e emergências ambientais, seu papel se torna ainda mais crítico. Esses polinizadores garantem a regeneração de plantas nativas e ajudam a restabelecer o equilíbrio dos ecossistemas.
Inaugurada em fevereiro deste ano, a usina tem capacidade instalada de 75 kW.